Maria Fernanda Kemmerich*
PASSO FUNDO/RS – Nesta quarta-feira dia 27/04, em Passo Fundo, no norte do Estado do Rio Grande do Sul, a Unidade Popular, o Movimento Correnteza, a União Passo-Fundense de estudantes (UPE) – Albertina Rosado, entre outras entidades e movimentos organizaram uma mobilização pedindo a revogação do decreto que aumentou a passagem na cidade. O valor da tarifa aumentou em R$ 0,75 e é importante ressaltar que mesmo durante o período de pandemia os aumentos continuaram acontecendo.
O debate sobre o transporte coletivo é antigo na cidade, já que nos últimos anos a maioria das linhas é administrada por uma empresa privada de transporte, a Coleurb. Na mesma medida, as gestões municipais têm sucateado cada vez mais o transporte coletivo municipal. Para além disso a transparência por parte dessa empresa privada é mínima, com tabelas de gastos incompletas e de difícil entendimento. Além disso, o debate com a comunidade é inexistente.
Com a passagem na cidade custando R$ 5,50 o debate sobre a qualidade e transparência se intensifica ainda mais, já que esse valor é mais alto que em diversas capitais do país. Isso prova que nem a prefeitura nem a Coleurb se importam com a realidade dos estudantes e trabalhadores passo-fundenses que enfrentam uma crise, baixos salários e desemprego, com os valores de itens básicos, como comida e aluguel, cada vez mais altos o aumento da passagem impactando ainda mais no bolso dos trabalhadores e afastando cada vez mais estudantes das escolas e universidades.
Outra questão que agrava ainda mais essa situação é que um processo de inquérito referente a irregularidades no valor da passagem de 2021 acaba de ser aberto, e como os valores de 2022 são baseados no ano anterior é inadmissível que o decreto deste ano permaneça em vigor enquanto os valores de 2021 não sejam esclarecidos.
Além da revogação do decreto que estabelece o novo valor da tarifa, também tem sido reivindicada uma audiência pública para tratar sobre a situação do transporte coletivo na cidade com toda a população, a UPE – Albertina Rosado iniciou nesta semana a coleta de assinaturas contra o aumento da passagem, e as mobilizações continuam.
O Transporte coletivo em Passo Fundo se tornou uma mercadoria, um produto extremamente caro, e esse caráter mercadológico faz com que esse direito seja insustentável, mas os trabalhadores e estudantes não podem pagar mais essa conta. A nossa luta segue, pelo direito a um transporte público de qualidade e para todos.
*Coordenadora geral da união Passo-fundense de estudantes Albertina Rosado e militante do movimento correnteza