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sábado, 23 de novembro de 2024

Metroviários do Recife lutam contra privatização

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Redação PE

O metrô do Recife transporta diariamente 400 mil usuários. Inaugurado em 1985, sempre foi público e é operado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Compõe-se de 37 estações, três linhas, sendo duas eletrificadas, uma rede de 71 quilômetros de extensão, beneficiando a população da capital pernambucana, de Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho.

Apesar desta importância, o presidente Bolsonaro (PL) e o governador Paulo Câmara (PSB) querem entregar o metrô para empresários. A Verdade conversou com Valmir Assis, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) para tratar desse assunto.

“O metrô serve para transportar a classe trabalhadora todos os dias. Até 2019, tivemos a tarifa social de R$ 1,60. De lá para cá, foram cinco aumentos, chegando a R$ 4,25. Os últimos governos e sua lógica de beneficiar os empresários querem passar de mão beijada nosso patrimônio para uma empresa enriquecer com o dinheiro do povo”, denuncia Assis.

A proposta de privatização prevê que uma empresa administrará o metrô por 30 anos, recebendo do poder público R$ 3,8 bilhões e ainda lucrando milhões com as passagens, que aumentarão vertiginosamente. Os governos não investem como deveriam no transporte público, sob o argumento de que não há verbas.

Desde 2019, um estudo do BNDES, feito com equipe do Governo Estadual, tenta vender a ideia de que os atrasos e a situação degradada das instalações e da infraestrutura se solucionam com a privatização.

Diante desta ameaça de privatização, a categoria, organizada pelo Sindmetro-PE, realizou uma intensa campanha contra a privatização do metrô e conseguiu o recuo temporário do Governo Estadual. Em Assembleia Geral, no dia 26/05, os metroviários, que estavam em estado de greve, decidiram intensificar as mobilizações e a campanha de comunicação junto à população.

“É nesse caos que é preciso dar destaque aos trabalhadores do metrô, que hoje só funciona por conta do profissionalismo e empenho da categoria”. Segundo Valmir Assis, “alguns colegas chegam a tirar do próprio bolso para comprar ferramentas e pequenas peças”.

Esses profissionais operam com as verbas de custeio cortadas em 70%. Esses trabalhadores, se a privatização acontecer, sofrerão nas mãos da iniciativa privada, perderão direitos e terão seus salários diminuídos. Profissionais qualificados serão demitidos e a exploração aumentará em nome do lucro da empresa que administrara o modal. Por isso, foi deflagrada uma greve e a categoria tem debatido com a sociedade a necessidade de barrar a privatização.

“Bolsonaro e Paulo Câmara não querem investir no público e querem dar nosso dinheiro e todo o complexo metroviário para os burgueses do setor do transporte. Não devemos aceitar que esse tipo de coisa continue acontecendo. Sabemos o que aconteceu com a Petrobras e o preço dos combustíveis, com as companhias elétricas e o preço das tarifas, com hospitais e planos de saúde e seus custos”.

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