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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Governadora quer fechar o arquivo Público de Pernambuco

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Foto: Reprodução – Sede do Arquivo Público em Recife.

No dia 03 de janeiro, a governadora Raquel Lyra publicou no Diário Oficial do Estado a exoneração de servidores estaduais em provimento a cargos comissionados ou função gratificada deixando assim o arquivo quase vazio

Por: Alberes Simão, Graduando em Biblioteconomia pela UFPE, Pesquisador do Núcleo de Documentação dos Movimentos Sociais da UFPE (NUDOC-UFPE) e Militante da UJR.


Cultura: Fundado em 1945, O Arquivo Público do Estado de Pernambuco Jordão Emerenciano é um dos importantes arquivos do Estado que salvaguarda documentos do executivo do Estado, jornais no qual contém uma Hemeroteca (coleções de jornais). O Arquivo contém dois Prédios na capital pernambucana, no qual o primeiro é a sede e o outro com nome anexo imperial localizado na rua imperial, na sede contém uma biblioteca com coleção da história de Pernambuco e Literatura, auditório, sala de pesquisa, salão de exposição, laboratório e acervo físico.

No Anexo Imperial, ficam os documentos da Comissão da Memória, Verdade e  Justiça Dom Hélder Câmara, iconografia, impressos, acervo do antigo aparelho de repressão, Departamento de Ordem e Política Social (DOPS), manuscritos do Brasil colonial referente a Pernambuco e que salvaguarda o primeiro jornal que anunciou a Revolução Pernambucana de 1817 que era o Typhis Pernambucano, apesar deste histórico rico que o arquivo do estado de Pernambuco tem, o mesmo vem sofrendo ataques de ser fechado por falta de funcionários da atual gestão da governadora eleita de Raquel Lyra (PSDB).

No dia 03 de janeiro, a governadora Raquel Lyra publicou no Diário Oficial do Estado a exoneração de servidores estaduais em provimento a cargos comissionados ou função gratificada deixando assim o arquivo quase vazio, sem funcionários na ativa e sem funcionários concursados, no geral são 6 funcionários na sede que são 5 pela manhã e 1 à tarde e no prédio anexo imperial ficam 10 funcionários, os funcionários do arquivo por decreto do novo governo receberam exoneração que foram 8 trabalhadores que  tomaram um choque quando souberam da exoneração, pois, não sabiam como iam fazer sem o trabalho no governo do estado.

O arquivo não possui profissionais da informação como bibliotecários, arquivologos e gestores da informação concursados, o último ano que houve concurso foi em 2000 e de lá pra cá não houve mais concurso, onde conta com Historiador, mas não com profissionais da informação. O sucateamento do arquivo faz com que ele não se torne propenso a visitas e  a pesquisas para dar acesso aos pesquisadores, os governos anteriores não se preocuparam em preservar o patrimônio que guarda a história do estado pernambucano que foi palco de batalhas de libertação de nosso povo como a revolução Pernambucana, Praieira, Mulheres de Tejucupapo e até mesmo heróis que lutaram contra a ditadura militar fascista,  o arquivo é invisível aos olhos do governo do estado, estando tão perto da sede do palácio do campo das princesas se tornam invisíveis.

Os funcionários que não pertencem ao Arquivo Público vão para suas respectivas secretarias, para exercerem suas atividades que foram aprovadas nos concursos da Secretaria de Educação, Cultura e Administração no qual foram chamados para fazer parte do arquivo. O arquivo também sofre com a falta de financiamento e investimento em recuperar o laboratório de digitalização, o elevador quebrado, janelas quebradas, teto sem forro e revestimento em que governos anteriores não se preocuparam em preservar a memória do povo pernambucano.

Durante 16 anos no governo do PSB de Eduardo Campos e Paulo Câmara o arquivo só teve um reparo que foi a pintura do arquivo, mas não preservou o prédio que sofre com bastante infiltração, como é um prédio antigo, precisa de uma boa manutenção para funcionar. Até 2015, o arquivo pertencia a Secretária de educação e tinha um bom orçamento para pagar funcionários da limpeza, para compra de materiais e etc. no mesmo ano de 2015 o arquivo é transferido para a secretaria da casa civil e por decreto, os funcionários foram para as escolas no qual pertenciam à secretaria de educação.

Com a repercussão do novo decreto feito pela Governadora Raquel Lyra (PSDB) Historiadores, Arquivistas e Professores se mobilizaram e fizeram um abaixo assinado contra o fechamento do arquivo público do estado e encaminharam para o governo federal e ao Arquivo Nacional para que pressionar o atual governo contra o fechamento. Com a grande mobilização, Raquel Lyra volta atrás e admite a possibilidade de não fechar o arquivo e trazer funcionários para o arquivo e evitar o seu fechamento. Os funcionários do arquivo merecem respeito e dignidade por salvaguardar os documentos do nosso estado.

 

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