Assassino entrou em escola em Blumenau (SC) e matou 4 crianças e feriu mais cinco. Acontecimento retrata crise de segurança pública para os filhos dos trabalhadores.
Jacson dos Santos | Santa Catarina
BRASIL – Uma onda de atentados nas escolas do Brasil tem assolado as famílias de trabalhadores e trabalhadoras do país. No dia de hoje, mais um caso ocorreu, dessa vez na escola infantil Cantinho do Bom Pastor, localizada na Rua dos Caçadores, bairro Velha.
O Assassino, de 25 anos, entrou na escola com uma machadinha e assassinou 4 crianças e feriu mais cinco. Uma delas com um ferimento grave na região do pescoço foi encaminhada para o hospital e já passou por cirurgia.
Os professores e professoras evitaram o pior enfrentando o assassino, que fugiu e se entregou a polícia posteriormente.
Segundo a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), o Brasil acumula 24 ataques nos últimos 22 anos. Destes, 8 aconteceram nos últimos 5 anos. No ano de 2023, o caso de Blumenau já é o segundo registrado. Recentemente, no dia 27 de março, um adolescente de 13 anos assassinou a facadas a professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, dentro da sala de aula em ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo. O assassino já tinha histórico de violência na escola que estudava antes de ser transferido para a Thomazio Montoro, tendo até mesmo Boletim de ocorrência sendo registrada por ameaça aos colegas e professores.
As pesquisas desenvolvidas pela UNICAMP demonstram um certo padrão dos terroristas, que geralmente são meninos ou homens, quase sempre brancos, que são fascinados por discursos de ódio, racismo e outros tipos de preconceito em grupos da internet.
A disseminação dessa cultura do ódio nos últimos anos tem impacto direto das políticas de morte implementadas pelo governo Bolsonaro e seu desprezo pela vida humana. O fascismo praticado por Bolsonaro no país e sua política armamentista facilitou a prática do ódio. Ainda, a partir das políticas de negacionismo, seja ela referente aos problemas estruturais da sociedade, como o racismo e suas práticas descaradas, quanto as problemáticas da saúde mental, que é um dos grandes resultados da crise do capitalismo e da ascensão da extrema direita no mundo todo, que está adoecendo a humanidade, passa aos criminosos um sentimento de acolhimento por esses grupos extremistas para efetivar tais atentados.
Tais problemas levantam diversos questionamentos sobre as políticas públicas relacionadas à segurança e a educação da classe trabalhadora, que fica sujeitada a deixar seus filhos e filhas em locais que pensam ser seguros, mas que estão sujeitos a ataques como os registrados nos últimos anos. A propagação do individualismo, a falta de uma regulamentação da internet e da exclusão dos seus chats obscuros de disseminação de ódio são resultantes de uma falta de alteridade, do reconhecimento do outro e da valorização da vida humana que o capitalismo produz.
Prestamos aqui toda solidariedade as mães, pais e familiares das famílias afetadas ontem e hoje, sabendo que, dentro da estrutura social ao qual estamos inseridos, a mudança que queremos não será alcançada. Por isso, nesse momento de dor, é preciso unir forças para nos organizarmos no combate efetivo contra a disseminação do ódio, do preconceito e do fascismo em alta no Brasil e no mundo.
Infelizmente essa violencia vai aumentar, vem acontecendo casos cade vez pior, o Brasil já é o pior país do mundo em violencia urbana, e a causa é sempre a mesma, a impunidade.