Estudantes em luta conquistam aumento de 75% das bolsas na UFRN

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Mobilização estudantil garante aumento no valor de bolsas de assistência na UFRN. Luta dos estudantes contou com uma greve e atos políticos que resultaram em vitória. 

Iuna Brasil e Maria Eduarda Catunda* | Natal


JUVENTUDE – A luta dos estudantes bolsistas pelo reajuste das bolsas de permanência estudantil na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) finalmente alcançou um marco histórico. No dia 11 de maio, após uma batalha que se arrastou por mais de uma década, a instituição finalmente reajustou o valor das bolsas de assistência estudantil.

Embora o governo federal tenha anunciado, em fevereiro, o reajuste das bolsas de iniciação científica e pós-graduação como resultado das lutas estudantis, muitos estudantes ficaram de fora dessa conquista. Durante todo esse período, os estudantes enfrentaram inúmeros desafios para se manterem no ambiente acadêmico, enquanto o país sofria com a volta da fome, aumento da pobreza absoluta e do desemprego, legado de um dos piores governos da história.

As bolsas de assistência estudantil da UFRN permaneceram congeladas em 400 reais, ignorando o aumento dos preços em todas as esferas da vida e o fato disso prejudicar principalmente os estudantes. Diante dessa realidade, os estudantes não tiveram outra alternativa senão a luta.

No dia 10 de março, foi iniciada uma jornada de mobilizações, culminando na paralisação dos bolsistas na UFRN no dia 13. Assembleias setoriais e atos foram realizados pelo DCE da UFRN, em conjunto com os Centros Acadêmicos e o Movimento dos Bolsistas, com o objetivo de chamar a atenção para a urgência do reajuste das bolsas e a necessidade de garantir a permanência estudantil.

Embora o reajuste real das bolsas tenha sido amplamente divulgado de forma antecipada pela reitoria, sem ao menos ter passado pelos colegiados, sua aprovação efetiva no colegiado ocorreu somente na quinta-feira (11/05), após diversas tentativas de desmobilização e boicote à presença dos estudantes. Graças a constantes cobranças e denúncias, foi possível garantir o espaço presencial de debate e ocupar a reitoria com a participação ativa de mais de 70 estudantes, que contribuíram para a votação favorável.

Apesar de essa vitória ser muito importante, é apenas um passo inicial dado em direção a construção de uma universidade verdadeiramente popular e na garantia da permanência estudantil. Hoje, os estudantes de todo Brasil ainda enfrentam diversos desafios para conseguir garantir que o orçamento destinado a educação seja prioridade e por isso é necessário a construção de gigantesca jornadas de luta pela revogação do teto de gastos e do arcabouço fiscal para que a economia brasileira tenha como centro seu povo e sua juventude. 

*Coordenadoras do Movimento Correnteza