Os servidores da saúde do estado de São Paulo decretaram hoje (13) greve por tempo indeterminado. A assembleia da categoria contou com a participação de mais de três mil trabalhadores de todas as regiões do estado, aprovando os seguintes itens de pauta:
1. Aumento real de 26%;
2. Aumento do auxílio alimentação de R$4,00 para R$25,00;
3. Aposentadoria especial;
4.Regulamentação da jornada de 30 horas semanais e revisão da lei complementar 1080/08.
Após a aprovação da greve os trabalhadores seguiram em passeata pelas ruas do centro da capital paulista, denunciando o governo e puxando palavras de ordem como “trabalhador na rua, Geraldo a culpa é sua” e “greve já, para o salário aumentar”. O ato se encerrou nas escadarias da Praça da Sé.
A greve é resultado de anos de insatisfação com os baixos salários e as péssimas condições de vida e de trabalho às quais estão submetidos estes servidores. Os auxiliares de enfermagem, por exemplo, ganham hoje um salário base de R$ 301,20 (menos da metade de um salário mínimo) e mais R$580,00 de gratificações, totalizando R$881,20. Com um salário como este a maioria dos trabalhadores necessita fazer até dez plantões de 24hs por mês para conseguir sobreviver e manter sua família.
Uma outra consequência dos baixos salários é que um grande número de profissionais aprovados em concursos pede demissão antes de completar um ano de serviço. De janeiro a setembro de 2011 cerca de 170 trabalhadores pediram demissão em um único hospital, o IAMSPE (Instituto de Assistência Médica dos Servidores Públicos do Estado). Já no Hospital das Clinicas, um dos mais importantes do estado, o déficit de profissionais chega a quatro mil. Essa situação, por sua vez, aumenta ainda mais a jornada de trabalho nestes hospitais e reduz a qualidade dos serviços oferecidos à população.
As semanas que antecederam a decretação da greve geral da categoria foram de intensa mobilização, contando com a realização de passeatas, assembleias locais e uma greve de 48hs que demonstrou a disposição da categoria de ir à luta pelos seus direitos e de enfrentar o truculento governador do PSDB, Geraldo Alckmin, que se nega a receber os trabalhadores e atender às suas justas reivindicações.
A greve tem sido organizada pelo sindicato estadual da categoria, o Sindsaúde-SP, em conjunto com as associações de cada hospital, organizações que vem desempenhando um importante papel na mobilização da greve. Também o Movimento Luta de Classes (MLC-SP) tem participado ativamente desta luta, buscando fortalecer a unidade dos trabalhadores, acreditando que somente com muita união e com uma firme postura frente aos ataques do governo serão alcançadas vitórias.
Redação SP
eu sou a favor da luta dos direitos mas porem, os pacientes ñ tem culpa,não deve pagar por falta de médicos, principalmente por consultas ja marcadas a luta é direito de todos principalmente por viver e comer melhor.