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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Pela vida das mulheres estudantes!

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Diretoria de Mulheres – UEP Cândido Pinto

EDUCAÇÃO – De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE, em 2020, as mulheres representam 54,9% dos estudantes matriculados em cursos de bacharelado e 71,3% nos cursos de licenciatura. Apesar dessa expressiva maioria, não é de se espantar que o maior percentual de evasão universitária também seja entre as mulheres. Isso se dá por uma correlação de fatores, dentre eles podemos citar a falta de políticas para inserção de seus filhos em creches, aumento dos casos de assédio moral e sexual, falta de segurança, etc. Além disso, ainda é importante pontuar que mulheres são minoria nos cursos de exatas.

Dessa forma, fica claro que a universidade é um espaço onde as mulheres precisam combater diariamente vários problemas para conseguirem permanecer e concluir seus cursos, esse fato é resultado direto da sociedade machista que ainda vivemos. No dia a dia universitário, os casos de assédio sexual e moral contra as mulheres vêm tendo mais evidência, uma vez que eles sempre aconteceram, mas eram ainda mais acobertados pelos gestores, que sequer se pronunciam ou tentam promover políticas de amparo às vítimas e de prevenção. Por isso, é muito importante que as entidades de representação estudantil, como DAs, CAs, DCEs e as entidades estaduais organizem regularmente rodas de conversas para promover o acolhimento no campus e adotem outras práticas para, coletivamente, pensar políticas e pressionar as gestões para que medidas contra o assédio sejam implementadas.

Esse cenário é propiciado, inclusive, pela falta de segurança no campus, que muitas vezes é pouco iluminado e vazio. Esse debate perpassa também sobre o tópico da segurança pública, uma vez que a solução não está em colocar Polícias Militares ou seguranças terceirizados no campus, afinal o treinamento que eles recebem é apenas para proteger o patrimônio, não a vida dos e das estudantes. Um exemplo recente é o feminicídio de Janaína, estudante da UFPI, assassinada dentro da universidade. Não podemos ouvir sobre essas situações e esperar que aconteça conosco. Precisamos de mais segurança nas universidades para já!

Outro ponto que precisamos debater é a assistência estudantil e a luta pela creche para as mães estudantes. Em algumas universidades existe o auxílio creche e a creche universitária, contudo a maioria dessas políticas é pouco divulgada e desatualizada, pois o valor dos auxílios é baixo e as vagas são poucas. Se as mães não têm onde deixar seus filhos com segurança, como elas vão assistir aulas e realizar seus trabalhos acadêmicos? Por isso, a taxa de evasão entre as mães estudantes é alta, afinal nem todas têm redes de apoio ou conseguem acesso às políticas assistenciais. Lutar pela implementação do Plano Estadual de Assistência Estudantil é também defender os direitos das mães estudantes. 

Também destacamos que a luta das mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias deve ser prioridade. Apesar das mulheres serem maioria na universidade, as pessoas trans são a imensa minoria, sendo elas vítimas de inúmeras violências enquanto estudam. Precisamos que seus nomes sociais sejam respeitados, que elas tenham redes de acolhimento para atendê-las, que suas denúncias sejam ouvidas e medidas sejam tomadas para que não voltem a acontecer.

Por fim, a UEP se soma na luta diariamente pela entrada e permanência das mulheres nas universidades e precisamos, cada vez mais, nos organizarmos para lutar pelos nossos direitos e contra esse sistema que tanto oprime as mulheres. 

Por uma universidade que realmente seja para todas! 

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