No dia 20 de outubro, ocorreram as eleições para o Diretório Central dos Estudantes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). A Chapa 2 “Aos que ousam sonhar” composta por estudantes do Movimento Correnteza foi a chapa que conquistou 1474 votos e ganhou a eleição.
Michael Castro e Madu Catunda | Mossoró
EDUCAÇÃO – No dia 20 de outubro foi realizada a eleição do Diretório Central dos Estudantes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). A Chapa 2 “Aos que ousam sonhar”, composta pelo Movimento Correnteza foi eleita com 1474 votos, maior votação de uma chapa nos últimos anos, contra 745 votos da chapa 1, que buscava a reeleição.
Já existia na UERN uma insatisfação generalizada por causa da sequência de gestões do mesmo grupo político, que não atendiam às demandas estudantis, mas que não se materializaram em uma oposição que fosse organizada além do campus central, em Mossoró.
A chapa construída pelo Correnteza conseguiu realizar uma campanha ampla e massiva, contando com a participação de dezenas de estudantes e com uma organicidade singular, uma vez que os membros da chapa já eram atuantes do movimento estudantil reconhecidos pelos discentes
O centro do debate era que a solução para os muitos problemas que a universidade enfrenta não era um salvador da pátria, mas sim um DCE que fosse uma ferramenta de organização dos estudantes, que desse consequência as lutas e que a mobilização fosse o caminho. Apresentando ainda como exemplos os DCEs das universidades, também estaduais, de São Paulo, que entraram em greve neste mês por mais estrutura e contratação de professores, pautas comuns à UERN.
De acordo com Carol Sorriso, militante do movimento correnteza e agora coordenadora geral do DCE da UERN, “Durante as passagens em salas e as conversas com os estudantes nos corredores dos campis da universidade nós percebemos a importância do trabalho de base na construção e na organização do movimento estudantil. Os estudantes da nossa universidade não têm encontrado sentido no movimento estudantil porque este tem se afastado da realidade em que os estudantes vivenciam. Queremos reativar essa chama!”
Neste processo, a militância aguerrida do Movimento Correnteza e da União da Juventude Rebelião cumpriram um papel fundamental. Com falas enérgicas, vontade de vencer e muita disciplina, contagiaram toda a Universidade. Além disso, as brigadas do jornal A Verdade foram outro ponto chave da campanha, tendo sido entendidas como prioridade no processo eleitoral para intensificar a agitação e propaganda de um programa de lutas. As brigadas alcançaram o marco de 60 jornais vendidos nos dois maiores campi, Mossoró e Pau dos Ferros.
O DCE da UERN carrega o nome de Anatália Melo, revolucionária potiguar que deu sua vida pela libertação do povo brasileiro durante a ditadura militar fascista de 64. Seu exemplo de vida e de abnegação são exemplos grandiosos de humanidade e bravura e servirão como norte de atuação para a nova gestão do DCE que se compromete em romper com a velha política de conciliações com a reitoria e com o governo e em construir, junto com os estudantes jornadas de luta em defesa de uma educação pública, gratuita, de qualidade e para todos.