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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Europa vive aumento dos preços dos aluguéis e piora das condições de vida da classe trabalhadora

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O capitalismo vive mais uma vez uma profunda crise econômica, fruto disso é o aumento das guerras, arrochos salariais e uma piora nas condições de vida da classe trabalhadora em todo mundo. Um dos principais pontos de ataque é o acesso da classe trabalhadora à moradia digna.

Adrian Santos | Rio de Janeiro


O capitalismo vive mais uma vez uma profunda crise econômica, fruto disso é o aumento das guerras, arrochos salariais e uma piora nas condições de vida da classe trabalhadora em todo mundo.

Os grandes capitalistas, em especial o mercado financeiro, aproveitam-se dessa crise para aumentar os seus lucros e monopólios, o que gera um enorme polo de pobreza e miséria do lado da classe trabalhadora.

A Europa por exemplo vive uma profunda crise de Habitação, que, de ano em ano, cresce cada vez mais. Fruto da diminuição de investimentos em moradias populares e da financeirização da habitação, essa realidade tem levado milhões de pessoas a morar nas ruas, como mostra um  relatório publicado no início do mês passado pela Federação Europeia de Associações Nacionais que Trabalham com os Sem-Abrigo (FEANTSA, na sigla em francês). Essa organização não governamental, expôs o fracasso de países da União Europeia (UE) em lidar com o crescente aumento da população de rua.

De acordo com o relatório, pelo menos 896 mil pessoas dormiram nas ruas em países do bloco europeu em 2022. No ano passado, países da UE se comprometeram a zerar a população sem-teto até 2030. Porém, segundo o documento, apenas Finlândia e Dinamarca alcançaram progresso até agora.

Aumento do preço dos aluguéis

Uma das coisas que mais chama atenção é o aumento do preço dos aluguéis nas capitais europeias. O aluguel de um apartamento com um quarto custa em média 430 a 650 euros dependendo da cidade, enquanto o salário médio é de 793 euros.

O valor de um aluguel de um apartamento simples e pequeno em Portugal está entre €570 e €750. Os preços variam conforme o tamanho do ambiente e a região. Em cidades como Lisboa e Porto, uma residência pequena, de 30m², custa a partir de €770 mensais, ou seja, é impossível viver em uma  destas duas cidades ganhando um salário mínimo.

Em Londres, o aumento médio anual no custo de um imóvel para alugar ultrapassou os 17% em abril de 2023, o maior salto desde que a agência imobiliária Hamptons começou a recolher dados em 2014.

O Mercado financeiro e as falsas soluções para a crise de Habitação

No meio a toda essa crise social que o povo trabalhador na Europa vive, os banqueiros dão um jeito de aumentar seus lucros mesmo que isso signifique aprofundar as crise habitacional. 

Dois são os exemplos da financeirização das políticas habitacionais: cobrar taxas abusivas para compras de casas, gerando um grande processo de endividamento e levando a classe trabalhadora a pagar muitas vezes por 30 anos o valor de uma casa, e outra medida defendida pelo mercado financeiro são os chamados Airbnb, em que bancos se aproveitam de crise econômica para comprar pequenos apartamentos e fazem de locação em especial para turismo empurrando milhares de trabalhadores para os pontos mais afastados das cidades essa última prática acontece em especial em cidades como Lisboa, Porto, Londres, Milão e, em especial, Paris, o que faz aumentar as desigualdades sociais já existentes nessas cidades. 

Essas medidas, são chamadas por liberais – e até mesmo por uma esquerda reformista do nosso país – como uma revolução urbanística.

O caminho da luta por moradia é um no mundo inteiro: a luta!

Mas se engana aqueles e aquelas que acham que todas essas medidas estão passando despercebidas pela classe trabalhadora. Muitas são as lutas que se iniciam no velho continente para garantir o direito à cidade.

Em Portugal, a classe trabalhadora, junto a vários imigrantes, em especial brasileiros, tem construído manifestações reivindicando melhores condições de vida e exigindo medidas práticas que possam baixar o preço do aluguel. Na Itália em especial em Milão e Roma estudantes protestaram dormindo em barracas em frente às suas universidades para reivindicar uma política de moradia estudantil no início das aulas em setembro de 2023. Na Espanha, na região da Catalunha, de forma ainda tímida mas com um grande grau de combatividade, pequenos grupos começam a se organizar para reocupar imóveis da onde foram expulsos pelos bancos.

A luta por moradia digna e pelo direito à cidade só será consequente se também travar a luta pelo socialismo. Por isso que neste ano de 2024 o Movimento de Luta nos Bairros,Vilas e Favelas (MLB) pretende fortalecer essa luta que vem aumentando em todo mundo construindo grandes jornadas de luta no Brasil.

Pois enquanto houver um sem teto, todos nós seremos sem teto.

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