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sábado, 23 de novembro de 2024

Falta de luz e de água em Porto Alegre demonstra os perigos das privatizações

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Fruto da falta de investimentos e da precarização decorrente das privatizações, a população de Porto Alegre sofre há quatro dias com a falta de luz e de água em pontos da cidade. Como resposta, os portoalegrenses organizaram protestos em 25 pontos da capital.

Redação Rio Grande do Sul


Mais de 150 mil pessoas seguem sem água na cidade de Porto Alegre e 80 mil sem luz. São mais de 60 horas de calamidade em diversos municípios do estado do Rio Grande do Sul, que foi atingido por fortes chuvas no dia 16 de janeiro.

Como resposta, os portoalegrenses organizaram protestos em 25 pontos da capital. Foram feitas faixas, barricadas e panelaços. A população está perdendo medicamentos, alimentos e enfrentando temperaturas acima de 35ºC. No Parlamento, foi protocolado o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação da companhia responsável pela distribuição de energia elétrica.

As fortes chuvas são normais nesta época do ano. O que há de diferente é o programa neoliberal de privatizações executado pelo governador do estado, Eduardo Leite (PSDB) e o prefeito da capital, Sebastião Melo (MDB, antigo PMDB). Com as privatizações, grandes empresas passam a controlar os serviços que deveriam ser públicos, bloqueando novos investimentos em melhorias e arrecadando todos os pagamentos de contribuintes apenas para o lucro e reinvestimento na própria empresa, deixando a população sem acesso a um direito básico, como água e luz.

Além disso, com as privatizações, a Reforma Trabalhista mostra sua pior face com a terceirização da mão-de-obra que não tem acesso à formação específica e nem recursos para lidar com o serviço de fornecimento de energia, trabalhando de forma precarizada, sem vencer a demanda que aumenta com as mudanças climáticas.

Em 2022, a Companhia Estadual de Energia Elétrica do RS (CEEE) foi entregue à empresa Equatorial, criada em 1999 com o intuito de participar de leilões de privatização, em especial o leilão da Companhia Energética do Maranhão (CEMAR). Ao longo dos anos, a Equatorial comprou diversas companhias públicas e colocou 100% de suas ações no mercado acionário. Em diversos estados, a Equatorial detém o monopólio dos serviços e ampliou sua atuação para transmissão, geração, distribuição e comercialização de energia elétrica, passondo atuar nas telecomunicações no último período.

A Equatorial está entre as piores empresas do país, e uma das mais lucrativas, mesmo acumulando multas e denúncias. Em junho de 2022, o Ministério Público Federal do Pará concluiu que houve crime ambiental e fraude causados pela empresa após ter construído três redes de energia em território indígena. O Pará  é o estado com a energia mais cara do país e um dos piores serviços.

Em entrevista, o presidente da Equatorial, Augusto Miranda da Paz Junior, culpou as árvores pela falta de luz em Porto Alegre e, para resolver o problema, seriam enviados trabalhadores de outros estados para trabalhar na cidade. Na verdade, a culpa pela falta de luz é a venda dos serviços básicos da cidade para empresas que só visam o lucro comprovando que as privatizações são um ataque ao povo que paga religiosamente as tarifas destes serviços tão cobiçados pela burguesia.

As privatizações significam preços maiores, desemprego, precarização dos serviços e altos lucros às custas do povo trabalhador. Por isso é tão importante lutar pela estatização dos serviços de luz, água, transportes e pelo fim das privatizações.

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