UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

domingo, 24 de novembro de 2024

Defender os direitos da classe trabalhadora e derrotar o fascismo

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Convocatória do 3º Congresso Nacional da Unidade Popular

Diretório Nacional da Unidade Popular


A vida do nosso povo está cada dia mais difícil: entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, todas as capitais tiveram alta de preço da cesta básica – sendo a menor alta de 7,19% e a maior de 16,11%. E não é só a comida que está mais cara: a inflação acumulada de 2022 foi puxada principalmente pelos alimentos e bebidas (alta de 11,64%); gastos com saúde e cuidados pessoais (11,43% mais caros); e para comprar roupas (alta recorde de 18,02%). Além desses, habitação ficou mais cara 0,07%, artigos de residência 7,89%, despesas pessoais 7,77% e educação 7,48%.

Diante da carestia dos artigos básicos para manutenção da família, o salário mínimo para suprir as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.641,58, ou seja, quase 5 vezes o valor atual.

Com o arrocho salarial e o desemprego atingindo 14,8 milhões de trabalhadores – o maior número desde 2012 – o endividamento das famílias tem crescido: em janeiro de 2023, 70,09 milhões de brasileiros e brasileiras estavam endividados; somando um total de R$ 323,2 bilhões pendentes de pagamento, conforme o indicador de inadimplência da Serasa.

Para melhorar a vida das pessoas o Brasil precisa de educação e saúde públicas, de qualidade e gratuitas para todos e em todos os níveis. Precisamos de uma política de construção de casas populares e das reformas urbana e agrária, da valorização do salário mínimo e dos servidores públicos e da criação de empregos dignos com salários decentes!

Essas medidas e tantas outras igualmente necessárias – como o congelamento do preço dos itens da cesta básica e dos aluguéis – precisam de investimento público e da real opção pelo lado dos mais pobres.

Continuar entregando 46% de todo o orçamento do Governo Federal para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública sem sequer promover uma auditoria antes de pagar qualquer centavo, é governar para os ricos. Assim como permitir que os bancos e cartões de crédito continuem cobrando juros de 13,96% ao mês (podendo chegar até 379% ao ano), levando 86,6% dos brasileiros a ficarem endividados com o cartão de crédito enquanto o lucro dos grandes bancos cresce 13,6% – somando R$ 24,8 bi no 1º trimestre de 2022.

Mas, por que essas profundas transformações, tão necessárias, não acontecem?

Os ricos e poderosos procuram por todos os meios manter seus interesses na economia, na política, no governo e até no poder judiciário: compram deputados e corrompem secretários e ministros, dessa forma impõem a nomeação para cargos estratégicos de pessoas da sua confiança.

Para evitar a revolta do povo promovem uma campanha de mentiras e desinformação, abusando da ingenuidade e da fé das pessoas e espalhando notícias falsas nos meios de comunicação de massas como a internet e a televisão. Quando a mentira é desmascarada, impõem sua vontade pela força. Por isso, recorrem ao fascismo – uma política da extrema – direita para os tempos de crise que impõe pela força as medidas que interessam aos capitalistas.

Os fascistas desrespeitam a democracia, a constituição, as leis e a vontade das urnas. Defendem ditaduras, como a que ocorreu com o golpe militar de 1964 que torturou, censurou a imprensa, filmes, peças de teatro e novelas, assassinou adversários políticos, cassou mandatos, estuprou mulheres perseguidas pela polícia política e ocultou cadáveres. Foi por isso que quiseram implantar uma nova ditadura no Brasil, como ficou demonstrado com os atos golpistas do dia 8 de janeiro deste ano, em que foram promovidas a invasão e destruição dos prédios dos Três Poderes em Brasília.

Organizar a luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras e lutar para acabar com o fascismo: tarefas que exigem transformar a UP num grande partido!

Desde o seu nascimento, a UP tem apresentado um importante crescimento. Procurando atuar de maneira decisiva na conjuntura e na luta de classes do nosso país convocamos a jornada “Povo na Rua, Fora Bolsonaro” – fator central na queda de popularidade de Bolsonaro e consequentemente para a sua derrota eleitoral. Nas eleições de 2022, apresentamos a candidatura de Leonardo Péricles no primeiro turno trazendo para o debate o papel da organização e mobilização popular para as transformações que o país necessita. No segundo turno, nos somamos à campanha para derrotar o candidato fascista nas urnas.

Ocorre que a derrota eleitoral não representou o fim do fascismo no Brasil. Bolsonaro e seus cúmplices nos crimes cometidos durante os quatro anos de seu governo, bem como todos os envolvidos com os atos golpistas de janeiro – incluídos os generais, almirantes, brigadeiros e demais militares – precisam ser punidos. Do contrário, veremos a repetição desses e outros crimes da mesma natureza.

Mais: é necessário construir, cotidianamente, as lutas em defesa dos interesses imediatos do povo trabalhador, daqueles sem direitos, dos sem teto, dos sem-terra, pela valorização dos servidores públicos, em defesa da saúde e da educação, e demonstrar que debaixo do capitalismo os ricos e poderosos sempre vão explorar os mais pobres para assegurar seus lucros. Só a luta pelo socialismo pode pôr fim a esse estado de coisas.

Tarefas do 3º Congresso

O aprofundamento da crise que o capitalismo e o fascismo impuseram ao nosso país exige, como resposta, a nossa organização para enfrentar os desafios atuais. É necessário filiar as milhares de pessoas que têm o mesmo desejo de mudança e transformação que nós temos. Junto a esses filiados, temos que nos lançar à tarefa de organizar os núcleos (organismos de base capazes de assegurar a coordenação das nossas ações) e assim transformar a UP numa imensa força capaz de intervir na luta política, econômica e ideológica – frutos da luta de classes que se desenvolve no país. A UP pode ser a principal força política para fazer frente ao fascismo no Brasil.

Assim, o Diretório Nacional da Unidade Popular convoca o seu 3º Congresso Nacional – um processo construído por todos os filiados e militantes do partido!

Esse processo, que tem início com a sua deflagração pela reunião do pleno do Diretório Nacional (realizada em Belo Horizonte-MG, nos dias 04 e 05 de março), compreende importantes tarefas:

  1. Promover a maior campanha de filiação que fizemos até agora e cadastrar as fichas no sistema do TSE;
  2. Criar uma imensa rede de núcleos para permitir organizar todos os filiados;
  3. Estudar os documentos do 3º Congresso, que são: Manifesto do Partido Comunista (K. Marx e F. Engels), Resoluções do 2º Congresso e Teses ao 3º Congresso;
  4.  Colocar todas as contribuições financeiras dos filiados e filiadas em dia e promover os repasses aos órgãos de direção do Partido para assegurar as atividades da UP;
  5.  Cumprir a campanha de financiamento do Congresso envolvendo o conjunto dos militantes, filiados(as), amigos(as) e delegados(as).

O processo de eleição dos delegados e delegadas deverá ser deflagrado nos núcleos, obedecendo às diretrizes estabelecidas pelo Diretório Nacional e às normas do Estatuto do Partido.

A plenária nacional dos delegados ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro (RJ), entre os dias 02 e 05 de novembro de 2023, devendo os delegados e delegadas nacionais serem eleitos(as) até 03 de setembro e credenciados(as) junto ao Diretório Nacional até 03 de outubro.

Vamos construir um grande partido antifascista no Brasil!

Pelo poder popular e pelo Socialismo!

Todos e todas ao 3º Congresso da UP!

Matéria publicada na edição nº 270 do Jornal A Verdade

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