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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Candidata da UP em Salvador sofre racismo e resposta é dada nas ruas

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Eslane Paixão, candidata da UP à prefeitura de Salvador, sofreu agressão racista quando fazia campanha no bairro do Rio Vermelho. Longe de se intimidar, UP e Eslane Paixão convocaram um ato amplo com a participação de diversas organizações, entidades e movimentos, mostrando que o caminho para enfrentar o racismo está nas ruas

Gregório Gould | Salvador (BA)


No dia 13 de setembro, durante uma panfletagem da campanha eleitoral da Unidade Popular, em Salvador, a companheira Eslane Paixão, candidata a prefeita da cidade foi cuspida por um fascista que havia fingido ser apoiador para se aproximar da candidata. Era a última atividade de campanha de uma agenda de dois dias com o companheiro Leonardo Péricles, presidente nacional da UP, na cidade mais negra fora da África.

No mesmo dia, Eslane gravou um vídeo denunciando o ocorrido em suas redes digitais. Começou a chegar uma série de mensagens de solidariedade vindas de todas as partes do país, em especial da cidade de Salvador.

No dia seguinte, a militância da UP de Salvador e de diversos movimentos sociais, como MLB, Movimento Olga Benário, UJR e a assessoria jurídica da UP, acompanharam Eslane até a 7a Delegacia da Polícia Civil, no bairro do Rio Vermelho, onde ocorreu a agressão, para registrar um boletim de ocorrência. Além de registrar o BO, Eslane e o conjunto da militância presente decidiram convocar uma manifestação antirracista para a sexta-feira seguinte, no mesmo local, para dar resposta a esse e outros casos de racismo que ocorrem diariamente na cidade.

Durante a semana, a PM da Bahia, que hoje é a que mais mata jovens negros e pobres no país, assassinou o jovem Wendel de Aragão, de 18 anos. Eslane denunciou mais este caso numa entrevista na TV e reforçou o chamado para o ato.

No dia 20, às 19h00, o clima era de combate ao racismo e ao fascismo e reafirmação da luta pelo Poder Popular como única saída para o povo trabalhador. Além dos movimentos que convocaram e da Unidade Popular, estavam representados o PCR, partido de Manoel Aleixo, o PCBR, o PSTU, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Governo do Estado, a Ames-Salvador, a Ubes, a Fenet, a UEB, a vereadora Laina Crisóstomo do “Mandato Coletivo Pretas por Salvador” e diversos outros apoiadores e militantes antirracistas.

A manifestação percorreu as ruas do Rio Vermelho, parando em frente ao local onde ocorreu o ato racista e dialogou com centenas de pessoas que passavam pelas ruas, demonstrando que o caminho para enfrentar os fascistas e seus ataques é a resposta nas ruas, a luta organizada e combativa por um novo mundo sem fascismo, sem racismo, um mundo socialista.

Matéria publicada na edição nº 300 do jornal A Verdade

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