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domingo, 22 de dezembro de 2024

UP luta contra o desmatamento no Vale do Taquari (RS)

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A Unidade Popular (UP) mobiliza a população em defesa de uma Unidade de Conservação (UC), propondo um futuro sustentável e de preservação para a região do Vale do Taquari, contra o avanço do desmatamento e da degradação ambiental.

Josué Schneider Martins e Nicolas Behrens Leal | Vale do Taquari (RS)


BRASIL – Enquanto vivemos uma emergência climática no Brasil e no mundo, ainda nos deparamos com os interesses e a ganância da burguesia sobre a natureza. Enquanto o povo sofre com enchentes, fogo e fumaça – consequências do aquecimento global e da destruição das florestas –, os capitalistas de nosso país seguem desmatando, destruindo habitats naturais, avançando sobre áreas verdes, fragilizando leis ambientais e também construindo loteamentos em antigas áreas de preservação, lucrando com a destruição da natureza e com a especulação imobiliária.

Na região dos Vales, no Município de Arroio do Meio (RS), esta situação não é diferente. Apesar de todos os efeitos destrutivos que o povo já conhece, os ricos que governam nosso país ainda colocam seus próprios lucros à frente das nossas necessidades, que não podem ser garantidas sem a preservação do ecossistema natural.

Nesse sentido, a Unidade Popular (UP), partido formado pelas lutas do povo trabalhador, se coloca na luta pela preservação ambiental e contra o desmatamento promovido pela burguesia local na maior região florestal contínua do Vale do Taquari, o Morro Gaúcho.

O Morro é um dos maiores maciços de vegetação nativa da região, localizada no bioma de Mata Atlântica. Este espaço se encontra em avançado estágio de regeneração e abriga uma vasta diversidade de fauna e de flora, incluindo espécies ameaçadas de extinção. No entanto, existe um projeto para construir uma estátua, o “Gauchão”, em uma propriedade privada localizada dentro da área do Morro.

É sabido também que os capitalistas envolvidos projetam diversos loteamentos, além de um grande complexo turístico. Isso significaria desmatar mais de 20.000 m2 de área verde em benefício do lucro privado de alguns indivíduos.

A destruição de todo este ecossistema não reflete a vontade do povo, mas sim de um único proprietário de terras. A alternativa contrária seria a preservação comunitária do espaço por meio da criação de uma Unidade de Conservação (UC), proposta construída coletivamente pelos movimentos sociais.

Caso fosse criada uma UC, a região poderia ser preservada e utilizada como forma de valorização cultural e meio de educação ambiental com turismo sustentável. Em primeiro lugar, este seria o único meio de combater as chuvas destrutivas que vêm assolando o povo local.

Além disso, diversos empregos qualificados e territorializados poderiam ser criados nas áreas de turismo, de biologia e de gastronomia local, além do incentivo às trilhas e aos esportes de caminhada. Esta é a proposta da ONG Ecobé (uma organização não governamental regional que luta há anos pela criação da Unidade de Conservação), que defende a proteção do local.

Por outro lado, o que a iniciativa privada está propondo para a região é o desmatamento, a destruição do solo, a poluição dos rios, a maior produção de lixo e o assassinato de um número incalculável de espécies nativas vegetais e animais.

“A luta pela preservação do Morro Gaúcho tem ocorrido tanto através de atos no próprio morro quanto nos corredores da Prefeitura, como também com o acionamento do Ministério Público. No entanto, o que acabamos percebendo é o aparelhamento da própria Prefeitura pelo setor privado, que tem interesse de lucrar com a construção de condomínios de luxo e com a destruição da fauna e da flora, uma vez que a Prefeitura já emitiu licenças e decretos que facilitaram o projeto”, conta Caroline Perez, militante da UP e membro da ONG Ecobé. Além disso, ela também denuncia que a imprensa patrocinada pelos ricos na região vem apoiando o projeto de destruição do Morro, divulgando notícias com interesse de manipular a opinião pública a respeito do assunto.

Graças às diversas mobilizações realizadas pelo povo, o Ministério Público (MP) demonstrou interesse em avaliar as várias irregularidades no projeto, como a aprovação relâmpago sem debate público, a supressão da mata em topo de morro em estágio avançado de restauração e o aumento do risco iminente de deslizamentos na região. Esta movimentação do MP não aconteceria se não fossem as manifestações públicas, o abaixo-assinado online, os dossiês técnicos e as solicitações formais organizadas pela ONG Ecobé, juntamente com a UP.

Somente com a luta e com a construção de uma sociedade que represente, de fato, os interesses e as necessidades da classe trabalhadora é que será possível proteger de fato nossa biodiversidade e a vida dos trabalhadores.

Contra a destruição da natureza! Pela proteção das nossas florestas!

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