A nova gestão bolsonarista da Prefeitura de Jacobina, liderada pela prefeita Valdice Castro (PMB), iniciou o mandato com medidas que afetam trabalhadores e pequenos comerciantes, como a demolição de áreas destinadas a trailers, o remanejamento de feirantes sem diálogo e uma série de demissões para acomodação de aliados políticos.
Redação BA
BRASIL – Na primeira semana de janeiro de 2025, logo quando assumiram a gestão da Prefeitura Municipal de Jacobina, a atual prefeita Valdice Castro (PMB), seu marido, Leopoldo Passos e a vice Manuela Brandão (PL), declaradamente bolsonaristas, já demonstraram o caráter elitista e antipovo de sua política.
A gestão da Prefeitura demoliu locais que seriam destinados a construção de trailers para um pequeno comércio no centro da cidade, com base numa medida judicial que não leva em consideração o desemprego do povo; remanejou trabalhadores de suas barracas na Feira Livre de Jacobina sem ao mínimo uma reunião e, para distribuir os cargos dos apoiadores de campanha, está acontecendo uma série de demissões e remanejamentos nos vários setores públicos. O Decreto nº 0001/2025 declara “estado de calamidade pública na saúde” por um período de 180 dias de vigência e possibilita a contratação de profissionais sem necessidade de licitação.
Em vídeo circulando nas redes sociais, um dos trabalhadores que terá de readequar sua barraca relata: “O gerente da Feira chegou aqui de manhã com os guardas e falou para as meninas que eu tinha até às 14h para desarmar, se não ia derrubar com a máquina”.
A feirante Salma e sua família, que vende salgados ao lado da cobertura da feira, foi forçada a mudar de local, ficando sem condições de estruturar seu ponto no novo local. Ela contou com a solidariedade dos demais feirantes. Mesmo assim, hoje está sem uma boa estrutura e quando chove, molha todo seu ponto. O local onde Selma e vários outros feirantes trabalhavam é um estacionamento de carros.
A Feira Livre precisa de atenção e investimentos em sua infraestrutura para dar dignidade de trabalho para todos os feirantes. A necessidade de uma Associação de Feirantes combativa e organizada é mais urgente ainda, pois é isso que o bolsonarismo faz com o povo: autoritarismo no trato com os trabalhadores, uso das forças armadas para reprimir a luta do povo, retirada de direitos trabalhistas, negação da ciência e dos fatos. Quanto mais os trabalhadores estiverem organizados para lutar por seus direitos, menos chances o bolsonarismo terá em nos lançar na pobreza.
A situação da saúde em Jacobina demonstra o fracasso do sistema capitalista e seus representantes em atender essa demanda do povo por uma saúde gratuita e de qualidade. O que querem é a continuidade das privatizações na área da saúde. As “Organizações Sociais de Saúde (OSS)” são instituições privadas que recebem dinheiro do estado, pagos por nós trabalhadores, para gerir o serviço público, não fazem investimentos suficientes, demitem a hora que quiserem e atrasam os salários. A verdade é que a gestão bolsonarista não anunciou nenhum tipo de concurso público para o futuro.
Exemplo de luta
Para que haja mais emprego, saneamento básico, transporte público acessível e de qualidade e concursos públicos, é necessária uma luta forte e organizada do povo trabalhador. Deu um grande exemplo de luta de como começar a fazer isso os moradores e moradoras da Rua João Teixeira, em novembro do ano passado: fecharam com pneus, pedras e paus a Av. João Alberto Dourado e a Rua João Teixeira para exigir a obra de asfaltamento da dita avenida. A movimentação de veículos estava gerando grande quantidade de poeira, que atingia as casas dos moradores, como também concentrava movimentação de veículos na Rua João Teixeira, que começou a rachar as casas e colocar em risco de vida crianças, idosos e moradores.
Dentro de alguns dias resolveram parcialmente a obra, acabando a poeira e controlando a movimentação de carros. Esse exemplo de luta e consciência deve ser seguido para buscar a resolução dos demais problemas que afetam a vida do povo, para acabar com o capitalismo e avançar na construção do poder popular e do socialismo.