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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Baixada Fluminense sofre com falta de saneamento básico

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As cidades de Belford Roxo, Duque de Caxias e São João de Meriti, na Baixada Fluminense, estão há uma década entre as 20 piores no ranking de saneamento básico do Instituto Trata Brasil, que avalia as 100 maiores cidades do país.

Hellen Caetano | Rio de Janeiro (RJ)


BRASIL – O ranking divulgado pelo Instituto Trata Brasil, que faz um levantamento anual das 100 cidades mais populosas do país, revela que, há uma década, as cidades de Belford Roxo, Duque de Caxias e São João de Meriti, todas da Baixada Fluminense, estão entre os 20 piores índices de saneamento básico do país. Juntas, essas cidades têm cerca de 1,6 milhão de habitantes.

Saneamento básico é o direito constitucional (Lei Federal nº 11.445/2007) que todo brasileiro tem a serviços de abastecimento de água; coleta e tratamento de esgotos; limpeza urbana, coleta e destinação do lixo; e drenagem e manejo da água das chuvas. Mas, na região da Baixada Fluminense, esse direito é negado à sua população.

Belford Roxo, por exemplo, foi eleita a quinta pior cidade no ranking. São inúmeros bairros na cidade que sofrem cotidianamente com a falta d’água, esgotos a céu aberto, o que é um facilitador para contaminação de doenças como cólera, febre tifoide e hepatite A. Na cidade, cerca de 25% da população não tem acesso à rede de água e apenas 5% tem acesso à rede de esgoto.

Em Nova Campinas, bairro de Duque de Caxias, a falta de abastecimento de água potável é uma realidade diária, o que piorou com a privatização da Companhia de Água e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae), como denuncia Ana Carolina, professora e moradora do bairro. “Meus pais se tornaram moradores de Nova Campinas em 1984 e, só nos primeiros dois anos, o acesso a água era constante. Após isso, parou de funcionar e, até hoje, nós ficamos dias sem água. Quando a empresa responsável pela água passou a ser a Águas do Rio, nós pensamos que a situação iria melhorar, mas a verdade é que nada mudou”, afirma.

Nova Campinas, assim como bairros próximos, também sofre com inundações, já que os esgotos quase não são tratados, assim como falta manutenção no sistema de drenagem. Não à toa, no início de 2024, bairros como Pilar e Saracuruna sofreram com inundações severas e milhares de trabalhadores e trabalhadoras perderam tudo que conquistaram com muito suor. Em Caxias, segundo o Instituto Trata Brasil, apenas 66% da população é atendida pela rede de água e cerca de 9% tem acesso à rede de esgoto.

Reforma urbana já!

É também por isso que o lema do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) é “Morar dignamente é um direito humano”. Não basta ter uma casa, é necessário um acesso qualitativo à cidade para que a frase faça sentido. Por este motivo, o MLB defende uma Reforma Urbana, cuja principal proposta é “garantir condições dignas de vida para toda a população trabalhadora: direito à moradia, emprego, alimentação, saúde, saneamento, educação, transporte, cultura e lazer” (pág. 11, Cadernos de Formação Política – As propostas do MLB para a Reforma Urbana).

O Movimento convoca todos os moradores da Baixada Fluminense que concordam com esse lema e que se indignam com essas denúncias para se somarem à luta. Só o povo organizado e em luta pode mudar essa situação!

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