Em assembleia realizada nesta quinta-feira (20/3), com participação recorde e clima de luta, os ferroviários de São Paulo decidiram entrar em greve contra a privatização das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM.
Guilherme Arruda | Redação SP
Em assembleia realizada nesta quinta-feira (20/3), com participação recorde e clima de luta, os ferroviários de São Paulo decidiram entrar em greve contra a privatização das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Os trabalhadores estiveram presentes em dezenas na Assembleia Geral convocada após intensa pressão do Movimento Luta de Classes (MLC) e de outros movimentos no STEFZCB (Sindicato dos Trabalhadores(as) em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil).
Ficou aprovada paralisação por tempo indeterminado na circulação dos trens e nas estações dessas mesmas linhas a partir das 0h da próxima quarta-feira (26/3).
A mobilização responde à ofensiva do governador fascista Tarcísio de Freitas, que desde o início de seu mandato tenta vender os principais serviços públicos do estado de São Paulo, em benefício dos grandes capitalistas. Tarcísio anunciou para o próximo dia 28 de março o leilão das linhas 11, 12 e 13 na B3, a Bolsa de Valores da capital paulista, e a greve pressiona para que esse processo de concessão seja cancelado.
Como vem cobrindo o jornal A Verdade, a categoria denunciam que a entrega das linhas ferroviárias para a iniciativa privada causaria uma forte precarização do serviço oferecido à população e a demissão de 4,2 mil trabalhadores. É o que já tem acontecido nas Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, privatizadas em 2021, onde são constantes os incêndios e as interrupções de viagens. A insatisfação da população com a privatização só cresce: uma recente manifestação na sede da CCR, empresa que assumiu a administração dessas duas linhas, cobrou o fim desse descaso.
Na assembleia desta quinta, que contou com uma importante participação do MLC, a proposta de paralisação e organização de um calendário de lutas contou com a adesão de dezenas de ferroviários. Agora, a categoria se prepara para pôr em prática as atividades de mobilização da greve. A primeira delas será uma manifestação na frente da B3 para exigir o cancelamento do leilão, às 9h do dia 25 de março.
Os ferroviários alertam que não se deixarão intimidar pela repressão. Caso algum funcionário seja demitido em retaliação à sua participação na luta, o movimento grevista não será interrompido e a mobilização da categoria se intensificará.
“Todos os trabalhadores desejam que essa greve aconteça. O que nós precisamos é de unidade na luta, para que o governo Tarcísio seja forçado a cancelar o leilão de maneira definitiva e que ele não possa pôr a mão no emprego de nenhum ferroviário. Não vamos deixar que seja privatizada nenhuma linha da CPTM, nenhum trabalhador vai abaixar sua cabeça”, afirmou na assembleia Junior de Sousa, representante do MLC.
Mas afinal de contas o que é facismo?