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sexta-feira, 18 de abril de 2025

De mãos ao alto: Trabalhadores da TP são coagidos a votar em proposta patronal de acordo coletivo

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Trabalhadores da teleperformance são coagidos a votar em proposta patronal para o reajuste salarial. Sindicato intimida os trabalhadores e se posiciona ao lado dos patrões.

Movimento Luta de Classes | Natal (RN)


TRABALHADOR UNIDO – Na quarta-feira, dia 26/03, trabalhadoras e trabalhadores da Teleperformance (TP) voltaram mais uma vez às “urnas” para decidir sobre o reajuste salarial. É a segunda proposta apresentada pela direção da empresa em votação pela categoria. Sem mudanças significativas da primeira – que oferecia 4% de reajuste divididos em duas parcelas -, a segunda proposta manteve a porcentagem de 4%, porém agora sendo dado de maneira integral.

Longe de ser democrático, essa votação se iniciou até mesmo antes do dia 26/03, com supervisores, gestores, gerentes, o setor jurídico e até mesmo diretores da empresa “visitando” os operadores nos dias que antecederam e na votação, em uma clara demonstração que eles estavam lá para defender os interesses dos donos da TP.

Esse grupo específico tinha um objetivo: coagir esses trabalhadores para aprovar a proposta de reajuste. Fizeram isso por meio de graves abusos como: Solicitação e coerção para votar sim na urna fixa; Mensagens correntes da parte da gerência; Emails pessoais; Falas públicas em corredores; Questionamento a pessoas que se posicionaram contra a proposta; Link e rede de internet instáveis; “convite” a votar em computadores de superiores; Colocar medo dizendo que se essa proposta não fosse aprovada, os trabalhadores perderiam seus benefícios, e que iria para a justiça resolver.

Sindicato faz aliança com os patrões 

A situação entra em maior calamidade quando a própria direção do Sindicato dos trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Teleatendimento no estado do Rio Grande do Norte (Sinttel/RN) nada fez ou se posicionou para barrar esses assédios. Pelo contrário, em denúncias dos trabalhadores, foi relatado “conversas” de corredores entre direção do Sinttel e da TP. Além disso, a própria direção do sindicato “motivou” os trabalhadores a votarem a favor da proposta, colocando ainda que a votação ocorreria “bem”. Não tem como ocorrer bem se os trabalhadores da madrugada não poderiam votar; quem estava de Banco de Horas, atestado ou férias também não. Ou seja, uma grande aliança para rifar e vender os direitos dos trabalhadores, rebaixando os salários.

Sentindo falta da direção, as trabalhadoras e trabalhadores da TP buscaram o Movimento Luta de Classes para relatar as denúncias de abusos e assédios por parte da direção do Sinttel e da TP, ao realizar as denúncias e ganhar repercussão, a TP buscou desestabilizar os canais de votação, e até encerrar a votação mais cedo. Também, supervisores e gestores tiraram fotos das panfletagens realizadas como forma de intimidar camaradas que estavam denunciando e panfletando na porta da empresa.

O que surpreende e corrobora para isso, é que o resultado da rejeição a primeira proposta apresentada foi de 60,66% no “NÃO” e apenas 39,09% no “SIM”. Ou seja, mais da metade dos trabalhadores rejeitaram o reajuste e queriam uma nova proposta mais justa. Entretanto, para a segunda proposta foi 72,46% no “SIM” e 26,59% no “NÃO”, ademais a direção do Sinttel não disponibilizou os números de votantes, mas esses números para uma mesma proposta demonstra que a unidade de uma empresa e uma direção descomprometida com a luta resultou em um rebaixamento da vontade dos trabalhadores, bem como um incisivo ataque a quem estava indignado com as propostas, sendo coagidos a votarem no “SIM”.

Além dessas questões, trabalhadores decididos e indignados com a situação, se colocaram à disposição de agitações internas, e também a se somarem com o MLC nas denúncias, bem como se posicionarem contra a proposta mesmo na frente de superiores. Saudamos essa disposição da classe trabalhadora do telemarketing, que inclusive sofre com diversos problemas como baixos salários, escala 6×1, precarização do trabalho, burnout, repressão no local de trabalho, etc; é dever, em unidade, desses trabalhadores e do MLC transformarem o Sinttel em um sindicato de luta, capaz de barrar todo e qualquer retrocesso imposto pelas empresas de telecomunicações e telefonias

Desde 2021, o MLC vem realizando panfletagens e brigadas do jornal A Verdade, convocando as operadoras e operadores a se posicionarem contra todas essas denúncias, e se organizarem na Unidade Popular pelo Socialismo e no MLC para enfrentar os patrões e seus lacaios.

Apesar do resultado, o MLC continuará realizando um trabalho de agitação entre os operadores da Teleperfomance com o Jornal A Verdade e panfletagens sistemáticas e constantes para avançarmos na luta por melhores salários, condições de trabalho e por um um sindicato combativo que defenda o interesse da classe trabalhadora..

 

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