
Convenção de solidariedade com Cuba em Pernambuco foi marcada por muita emoção, denuncia dos crimes do imperialismo aos povos, especialmente ao povo palestino e reafirmação do Socialismo como única saída para livrar o futuro da humanidade.
Clóvis Maia- Redação Pernambuco.
INTERNACIONAL- Dia 31 de maio o auditório do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Pernambuco (SINDSEP), ficou lotado para receber a XIV Convenção Pernambucana de Solidariedade com Cuba, promovida pelo Fórum Pernambucano de Solidariedade com Cuba. A programação contou com a presença da Conselheira da Embaixada de Cuba, Idalmys Beltran, a exibição do documentário “Bloqueio: a guerra contra Cuba”, e uma apresentação cultural para homenagear os esforços dos movimentos sociais, partidos de esquerda e da sociedade civil em torno do significado da resistência cubana, que desde 1959 vem dando exemplo para o mundo de que é possível um novo mundo. A Convenção também aprovou uma moção de Solidariedade ao Povo Palestino.
O documentário “Bloqueio: a guerra contra Cuba”, foi produzido pelo Comitê de Solidariedade com Cuba do Rio de Janeiro e fala sobre o significado, o legado da Revolução de 1959 e como funciona as pressões ao país socialista perpetradas especialmente pelos EUA. Após a exibição do filme, emocionadas falas dos partidos e organizações integrantes do Comitê Pernambucano bem como dos participantes da convenção renovaram o clima de esperança no socialismo e fé na revolução, além da marcante denuncia aos arbitrários crimes que vem ocorrendo na Palestina e na região, num verdadeiro genocídio televisionado.
PCR, PCdoB, PSOL, PCB e PDT foram alguns das organizações que se fizeram presentes no encontro, que contou também com a participação de entidades e coletivos, como a Aliança Palestina Recife, que registrou a união existente entre Cuba e o povo palestino ao longo das últimas décadas, pauta defendida por Fidel como fundamental para derrotar o imperialismo e construir uma alternativa para os povos oprimidos do mundo. Além da eleição dos representantes para a 27° Convenção Nacional (CONASOL) que ocorrerá de 19 a 21 de junho em Vitória (ES) o evento contou com a apresentação cultural do grupo pernambucano Guazapa, banda que tem em seu repertório canções revolucionárias da América Latina, do poeta e militante Marcelo Mário de Melo e do Duo Dobrando a Madeira, formado por Carlos Silva e Edileusa Tavares, músicos e professores que mantém um projeto de difusão e divulgação da música nordestina usando a clarineta e o clarone.
Solidariedade consequente aos povos
Em 1979, Fidel Castro, aliado de primeira ordem de Yasser Arafat, foi categórico ao falar sobre o genocídio em curso:
“Não consigo me lembrar de nada mais semelhante na nossa história contemporânea do que o despejo, a perseguição e o genocídio realizado hoje pelo imperialismo e pelo sionismo contra o povo palestino.”
Mesmo com todo o bloqueio e as dificuldades geradas por essa política imperialista, o povo cubano segue resistindo e se solidarizando com os mais oprimidos, mostrando seu lado internacionalista. Em defesa da Palestina, o Presidente cubano Miguel Diaz Canel chegou a organizar junto ao embaixador palestino em Cuba, Akram Samhan, uma grande manifestação em Havana ainda em novembro de 2023, com milhares de cubanos denunciando o genocídio e sempre foi enfático ao reforçar a posição que a África do Sul adotou frente aos órgãos internacionais como a ONU, ao apresentar denúncia contra Israel no Tribunal de Haia por romper os direitos humanos, sobretudo após as ações dos grupos de resistência palestinos em outubro de 2023.
Porém, a manutenção do governo popular e socialista de Cuba não é um conto romântico e tem suas dificuldades, especialmente as enfrentadas durante a pandemia de Covid-19 e do bloqueio econômico norte-americano mantido há mais de 60 anos e que voltou com ainda mais forças após o retorno de Donald Trump à Casa Branca. Idalmis Brooks Beltraín, Conselheira da Embaixada de Cuba falou sobre essas dificuldades e as perspectivas dos cubanos e dos desafios do governo revolucionário para avançar e manter o projeto da revolução de 1959. Segundo ela, “o imperialismo tentou e vai tentar ainda de tudo para desestabilizar nosso governo, que conta com apoio e solidariedade da sua população. Como é que pode, um governo que não é amado pelo seu povo, colocar milhões de pessoas nas ruas para comemorar o primeiro de maio e reafirmar os compromissos de Fidel e Che com a nossa revolução? Isso, claro, a mídia não mostra. Não vai mostrar. Por isso é importante esses momentos e atitudes de solidariedade. Cuba segue. Venceremos!”
Em sua sanha imperialista, Donald Trump colocou Cuba novamente numa lista de “países patrocinadores do terrorismo internacional”, lista criada pelo próprio EUA em 1979 e visa criar sanções contra os países citados. Entre eles estão Iraque, Síria, Líbia, Coreia do Norte, por exemplo. Cuba havia sido colocado na lista em 1982, mas Biden tinha anunciado em janeiro de 2025 que retiraria a ilha da lista. Ainda lembrando Fidel Castro, a conselheira lembrou que Cuba, a despeito de toda perseguição sofrida, é conhecido por enviar médicos a todos os lugares do mundo. E não bombas”.




