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quinta-feira, 3 de julho de 2025

Em SP, movimentos fazem vigília de 24 horas contra o genocídio palestino

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Movimentos sociais realizaram vigília de 24 horas em frente à secretaria da Presidência da República exigindo a ruptura de relações do Brasil com Israel.

André Molinari | São Paulo


LUTA POPULAR – No frio da capital paulistana, no encontro das avenidas Brigadeiro Faria Lima, Eusébio Matoso e Rebouças, um dos locais mais agitados e centrais do capital financeiro do país, manifestantes de inúmeras organizações e entidades começaram a levantar tendas, barracas, palco e bandeiras, em frente ao Escritório de Representação da Presidência da República em São Paulo, para exigir que o governo Lula rompa todas às relações com o estado genocida de Israel.

A vigília conta com a participação de Thiago Ávila, Eduardo Moreira (ICL) , Breno Altman, Rawa Alsagheer (Samidoun – Rede de Solidariedade aos Presos Palestinos), Tiago Santinelli, Leonardo Péricles, Ian Neves, Padre Júlio Lancellotti, Vivian Mendes, Guilherme Terreri (Rita von Hunty) e muitos outros combatentes ativos pela causa palestina.

Começaram as atividades às 15h do dia 01 de julho até às 15h do dia seguinte e é um marco no desenvolvimento da luta em defesa do povo palestino no Brasil. A vigília conta com várias atividades: palestras sobre a questão palestina, sobre o genocídio negro, aulas de boxe, cinema, atividades culturais e muito mais. Até agora mais de 300 pessoas estiveram presentes na vigília.

Genocídio palestino pode chegar a centenas de milhares de mortos

Com velas, cruzes e bandeiras, os manifestantes fizeram 1 minuto de silêncio e colocaram as velas no chão em frente ao acampamento, simbolizando as mais de 100 mil vidas palestinas perdidas, enfatizando que mais de 70% destes são de crianças e mulheres, de acordo com a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL).

Recentemente um relatório feito em Harvard pelo professor israelense Yaakov Garb, usando técnicas de análise de dados de mapas em Gaza estimou. com base inclusive em muitos dados do próprio exército israelense, de que a população de Gaza hoje é de cerca de 1,85 milhão de habitantes.

Considerando o censo e as estimativas de população em Gaza há uma discrepância de 377 mil palestinos. Pela análise, embora haja deslocados e desaparecidos, existe certo acordo em que a maioria está morta. Esses números continuam sendo subestimados, pois não conseguem considerar outros causas de morte de maneira mais precisa, causadas direta e indiretamente por Israel, como fome e doenças.

Com o cerco israelense mantido e toda ajuda humanitária impedida, Israel continua a promover uma das maiores atrocidades contra a humanidade do período recente.

Militantes acenderam velas para lembrar a dezenas de milhares de mortos no genocídio. Foto: Willdaly Souza/JAV

Ruptura de todas as relações com Israel e o sionismo fascista

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil é o 12º maior parceiro comercial de Israel, representando 2,1% do comércio de Israel.

A vigília exige que governo brasileiro rompa relações com o estado de Israel, assim como vários países já o fizeram.

O Governo Lula, apesar de ter sido um dos primeiros governos do mundo a se posicionar abertamente contra o genocídio contra o povo palestino, se limita a manter o repúdio no âmbito das palavras, sem tomar nenhuma ação concreta sequer em apoio ao povo palestino e de, minimamente, ruptura com Israel. Assim, coloca o povo brasileiro em situação de cumplicidade com este crime. Mesmo após a violação cometida por Israel contra o Irã, com um chamado “ataque preventivo”, sem nenhum precedente no direito internacional, com total apoio dos Estados Unidos.

Israel desenvolve uma política colonial e imperialista de agressão contra os povos árabes e persas da região e o sionismo, tal como o racismo e o nazismo, surge como ideologia dos grandes monopólios e do imperialismo norte-americano para legitimar e impulsionar essa agressão burguesa contra os povos. No final, as agressões de Israel são agressões das grandes corporações dos Estados Unidos e de Israel para assegurar e ampliar os seus negócios na região.

O povo brasileiro que, como poucos, conheceu a dor e a agonia da violência colonial e, ainda hoje, conhece os efeitos do genocídio realizado nas periferias contra o povo negro, tem uma obrigação moral, histórica e de classe com o povo palestino. De não somente condenar o genocídio, mas trabalhar ativamente para impor todas as derrotas possíveis contra os agressores: expulsar as cerca de 300 empresas israelenses do território brasileiro, interromper todo comércio com o Israel, romper todos os acordos militares e acadêmicos com uma das maiores potências genocidas de nossa época.

A luta internacional dos povos é capaz de barrar enormes atrocidades. Basta lembrar de que quando a Inglaterra pretendia entrar com suas tropas na Guerra Civil Americana, para apoiar os estadunidenses que desejavam manter a escravidão, só não pode fazer isso por conta da enorme quantidade de greves que se desenvolviam na própria Inglaterra.

A vigília é um primeiro passo numa nova etapa da luta no Brasil. Organizando mais vigílias, manifestações, caravanas e greves podemos caminhar para uma ruptura imediata com Israel e poderemos impor derrotas ao imperialismo estadunidense e ao sionismo.

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