UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Prefeito de São Bernardo do Campo é afastado do cargo por suspeita de corrupção

Leia também

Em São Bernardo do Campo (SP), uma operação da Polícia Federal afastou o prefeito Marcelo Lima (PODEMOS) de seu cargo passou a monitorá-lo com tornozeleira eletrônica por investigação de corrupção, desvio de recurso público e lavagem de dinheiro na prefeitura.

Redação SP


BRASIL – No último dia 14 de agosto, em São Bernardo do Campo, cidade do ABC Paulista, uma operação da Polícia Federal afastou o prefeito Marcelo Lima (PODEMOS) de seu cargo por um ano e passou a monitorá-lo com tornozeleira eletrônica.

A deflagração decorreu de uma investigação que o aponta como líder de esquemas de corrupção, desvio de recurso público e lavagem de dinheiro na Prefeitura do Município, onde ele teria permitido movimentações de grandes quantias de dinheiro, provenientes dos impostos do povo, para luxos à sua família. Além do chefe do executivo, foi afastado do cargo o vereador Danilo Lima (PODEMOS), presidente da câmara legislativa municipal e primo do prefeito.

Ambos os políticos fazem parte do partido de centro-direita PODEMOS, sigla de parlamentares como o senador golpista Marcos do Val, que está foragido da justiça, e a senadora Soraya Thronicke, empresária de móteis e histórica inimiga dos povos indígenas. Durante o governo do fascista Jair Bolsonaro, foi partido de membros como o então Secretário Nacional de Segurança Pública, general Santos Cruz, e do ex-ministro Sérgio Moro.

O inquérito, que tem outros sete alvos além do prefeito e do presidente da câmara, apreendeu R$14 milhões em espécie vindos de contratos públicos superfaturados em um ardiloso esquema de corrupção que ocorria na sede da administração pública de São Bernardo, datados também durante a gestão anterior cujo prefeito, Orlando Morando, é reconhecido opressor de mulheres e jovens periféricos.

O ex-prefeito bolsonarista teve seu mandato marcado por despejos, retirada de direitos dos servidores públicos (a quem ele chamou de “vagabundos” durante uma greve em 2022 por reajuste salarial) e por ter sido denunciado até na ONU por racismo institucional.

O prefeito afastado foi vice de Orlando Morando, agora Secretário de Segurança Pública da cidade de São Paulo, sob a gestão de Ricardo Nunes (MDB). Recentemente, a prefeitura da capital paulista declarou guerra aos pobres, como demonstram as tentativas violentas de despejo da Favela do Moinho e do Jardim Pantanal, onde o povo resiste à repressão fascista em nome do direito de ter onde morar.

A vice-prefeita de Marcelo Lima, que assume o exercício durante o afastamento, Jéssica Cormick (AVANTE), é sargento da Polícia Militar, especializada em “Polícia Ostensiva” e “Preservação da Ordem Pública”.

Corrupção dos governantes aumentam a miséria do povo

Todo esse dinheiro, movimentado em manobras para driblar o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), poderia ter sido utilizado para a educação em São Bernardo do Campo, onde vemos relatos de falta de insumos básicos como papel higiênico e folha sulfite e presença de goteiras e deteriorações nas escolas.

Ademais, no município, são escassos os aparelhos de Assistência Social, como CREAS e CRAS. Os poucos espaços de atendimento à população são improvisados e atuam limitados por meio da exploração das servidoras, as adoecendo.

Por muitas vezes, o prefeito e políticos governistas repetiram que não havia dinheiro para contratação de novos servidores nem para atender a Campanha Salarial do funcionalismo público, que cobrava o reajuste salarial atrasado de 12% e benefícios fundamentais como auxílio transporte e refeição.

Dentre os demais alvos da operação, estão o vereador suplente Ary José de Oliveira (PRTB) e alguns assessores e membros comissionados da prefeitura e da ALESP. Dois deles tiveram a prisão decretada, como Paulo Iran Paulino Costa, que era do gabinete do deputado Rodrigo Moraes (PL), mas está foragido. Foi na casa dele que o dinheiro foi encontrado.

Mídia burguesa mente para proteger os culpados e atacar os servidores

No entanto, a mídia burguesa, para defender seus financiadores, mente ao povo ao chamá-los apenas de “servidores”, omitindo seus nomes e ligação com os mandatários dos crimes.

Servidores públicos são os trabalhadores que dão seu suor todos os dias para garantir qualidade às escolas, hospitais e postos de saúde, à GCM, parques, cemitérios, bibliotecas, teatros e demais serviços públicos essenciais aos munícipes, mesmo com as limitações impostas pelo sistema capitalista, que prioriza o lucro sobre a qualidade de vida e de trabalho das pessoas.

Os funcionários estatutários, celetistas e autárquicos da prefeitura municipal agem em nome das necessidades dos cidadãos, para atender da melhor forma aqueles e aquelas que acordam cedo, usam transporte público e vendem sua força de trabalho para colocar alimento na mesa de sua família, e não para gerar lucro aos empresários e banqueiros.

Por isso, a categoria é constantemente alvo de ataques da burguesia e de seus políticos lacaios, à exemplo da proposta de Reforma Administrativa que tramita no Congresso Nacional, antes apresentada por Bolsonaro e Paulo Guedes e agora “maquiada” pelo deputado golpista Zé Trovão (PL), que pretende acabar com a estabilidade e impor mecanismos de redução salarial, além não modificar as estruturas de reais privilégios dos altos cargos da administração pública.

Assim o fazem para eliminar os casos de insubordinação de servidores sérios aos seus gestores corruptos e criar ambiente de pressão no serviço público, introduzindo a lógica das demissões, da meritocracia, do individualismo e da competitividade, prática vista recentemente em São Bernardo através da “política de bonificações individuais pelo atingimento de metas” na educação.

Não basta esperar resposta do Estado, é preciso lutar

Sendo assim, é necessário que os funcionários públicos defendam a validade e ampliação dos concursos públicos, além de mobilizar-se contra tentativas de entrega do serviço ao capital privado, como ocorre nas terceirizações e privatizações.

Não basta acreditar em políticos e votar a cada eleição no candidato que parecer menos pior, pois a política institucional é formada para atender os interesses daqueles que os financiam, ou seja, os ricos que lucram em cima da alta taxa de juros no Brasil e da carestia dos alimentos, responsável pelos milhões que hoje vivem em insegurança alimentar.

Em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista e em todo o Brasil, o Movimento Luta de Classes (MLC) têm organizado núcleos cada vez mais coletivos com objetivo de retomar a força sindical, unindo a categoria revoltada para lutar por seus direitos e utilizar os sindicatos como ferramenta de transformação da sociedade para a classe trabalhadora, superando o capitalismo e construindo um sistema mais justo e digno para todos, o socialismo.

More articles

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimos artigos