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terça-feira, 30 de setembro de 2025

Greve geral na Itália em defesa do povo palestino

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Confira a nota da Plataforma Comunista – Organização para o Partido Comunista do Proletariado da Itália sobre a greve geral dos trabalhadores italianos em defesa da Palestina e contra o genocídio em Gaza.


INTERNACIONAL – No último dia 22 de setembro, milhares de trabalhadores italianos aderiram à greve geral pelo fim do genocídio do povo palestino e pelo rompimento de todas as relações do país com o Estado terrorista de Israel. 

Com ampla participação de trabalhadores, jovens e mulheres das camadas populares, pelo menos 700 mil pessoas se somaram nas centenas de manifestações que ocorreram do norte a sul da Itália. Entre os participantes, muitos jovens, de todas as idades, até os mais novos, em suas primeiras experiências de luta.

Foram realizadas ações incisivas, como o bloqueio de portos (em Gênova, Livorno e Veneza), de estações ferroviárias (em Milão, Roma e Nápoles), de transportes públicos, bloqueios de rodovias (Turim-Milão, Florença-Bolonha) e estradas (Pisa), de escolas e universidades, desafiando a “lei de segurança” [1]. A máquina da indústria e dos transportes bélicos foi freada, com protestos em frente às sedes do conglomerado industrial bélico italiano Leonardo. Fotos do criminoso primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e de sua cúmplice, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, foram queimadas em diversos protestos. Foi intensa a resposta contra as forças repressivas que buscavam impedir os atos de massa com gás lacrimogêneo, jatos de água e investidas policiais.

O lema da greve foi “Bloqueemos tudo!” e se traduziu em ação concreta em muitas cidades, dentro de um dos maiores protestos realizados na Europa desde o início da agressão sionista em Gaza.

A mobilização ultrapassou as estimativas dos sindicatos de base que haviam convocado a greve. Milhares de ativistas políticos, sociais e estudantis contribuíram de forma espontânea para seu êxito, a ponto de, em algumas cidades, as mobilizações se estenderem até a noite. Em Livorno, os protestos contra o envio de armas a Israel continuam sem cessar.

Nas praças, foi expresso um forte sentimento de solidariedade ao povo palestino e em defesa da Sumud Flotilla. As massas também expressaram sua rejeição à política e à economia de guerra impostas pela OTAN, pela União Europeia e pelos grandes monopólios bélicos, aos cortes nos setores sociais e sanitários e à onipotência do capital financeiro que destrói Gaza e a vida de milhões de trabalhadoras e trabalhadores.

Os derrotados dessa jornada de luta foram, em primeiro lugar, o governo reacionário e filosionista (simpatizante do Sionismo) de Giorgia Meloni, que inicialmente ameaçou tomar medidas contra a greve e agora busca dissimular a participação evidente das massas; em segundo lugar, a falsa oposição burguesa e os dirigentes das confederações sindicais duramente criticados também pelos numerosos trabalhadores filiados que participaram da greve.

O diferencial da greve geral do dia 22 de setembro foi a vasta simpatia popular à causa palestina e a retomada da mobilização de massas na Itália. Com o despertar do movimento popular, emerge a necessidade de conectar estritamente a solidariedade ao povo palestino e a luta pela paz às reivindicações dos trabalhadores explorados em suas necessidades vitais e urgentes: trabalho, grandes aumentos de salários, saúde, direito e liberdade de luta.

Isso é de fundamental importância para favorecer a participação de amplos setores do proletariado, que precisam romper o cerco da ofensiva patronal e da trava imposta pelas burocracias sindicais. Nas fábricas e nos demais locais de trabalho, entre os demitidos, os empregados em lay-off, os precarizados, o descontentamento e a raiva crescem dia a dia e podem se transformar rapidamente em luta aberta contra o regime da exploração e da miséria.

A luta a ser desenvolvida não é “moral” ou “humanitária”, mas de grande significado político. É através da ligação entre a luta do proletariado organizado nas metrópoles capitalistas e a luta pela libertação dos povos e das nações oprimidas pelo imperialismo que se recolocará na mesa a questão da saída revolucionária da profunda crise de um sistema apodrecido desde as bases.

De extrema atualidade é a convergência em uma frente popular de caráter anti-imperialista, antifascista e antisionista, na qual o proletariado exerça a hegemonia, reunindo em torno de si as necessárias alianças de classe.

Uma frente de massas, que saiba dar expressão à solidariedade entre os povos na saída do bloco belicista da OTAN, na recusa do rearmamento, na desmobilização das bases militares estrangeiras, na retirada das tropas italianas do exterior; que lute contra qualquer envolvimento da Itália na guerra em curso na Ucrânia, a qual, sob a pressão dos contrastes entre Estados e monopólios imperialistas, pode lançar os povos no abismo de um conflito ainda mais amplo.

Para avançar por esse caminho, é necessário que os comunistas e os operários de vanguarda se unam na luta por um partido independente do proletariado, capaz de dar orientação revolucionária e internacionalista ao movimento operário e popular. Sem esse partido, a classe operária e as grandes massas se encontrarão política, ideológica e organizativamente desarmadas diante do desenvolvimento das contradições da época e das grandes batalhas que nos aguardam. 

Enquanto isso, os acontecimentos se aceleram e é necessário preparar-se para novas e mais decididas ações de luta de massas. Todos e todas a Roma, para a manifestação nacional de 4 de outubro! Avante na luta para salvar Gaza, por uma Palestina livre e independente, para derrubar o governo Meloni! 

23 de setembro de 2025.

Plataforma Comunista – Organização para o Partido Comunista do Proletariado da Itália

Nota:

[1] Lei imposta recentemente pelo governo Meloni, contendo medidas fascistas e racistas destinadas a limitar as liberdades democráticas dos trabalhadores e a intensificar a repressão contra o movimento de oposição social e política.

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