Milhões de pessoas vão às ruas de todo mundo contra o genocídio do povo palestino. Membros da Flotilha Global Sumud denunciam tortura durante sequestro por Israel.
Felipe Annunziata | Redação
Istambul, Roma, Barcelona, Lisboa, Chicago, Rabat, Buenos Aires, Bogotá, São Paulo e centenas de outras cidades do mundo registram mobilizações massivas contra o genocídio do povo palestino nos últimos dias. A pressão dos trabalhadores é para obrigar os governos burgueses a embargarem completamente a economia de Israel, que hoje está toda voltada para a realização do genocídio da população de Gaza.
Nesta semana, em meio aos massacres diários de palestinos, a Flotilha Global Sumud, com mais de 500 militantes de 44 países foi sequestrada pelo regime sionista e impedida de levar ajuda humanitária à população palestina. Resultado desta agressão, a classe trabalhadora italiana foi as ruas e entrou em greve geral nesta sexta. Ao menos 2 milhões de trabalhadores cruzaram os braços e denunciaram a cumplicidade do governo da fascista Giorgia Meloni com o regime israelense.
Em outros países europeus, estudantes também entraram em greve. Em Amsterdã, na Holanda, mais de 250 mil pessoas se reuniram neste domingo contra o genocídio. Mesmo em Berlim, capital alemã, a população tem se rebelado apesar de toda repressão e censura do governo da Alemanha contra qualquer apoiador da causa palestina.
No Brasil, a semana também foi marcada por manifestações em solidariedade ao povo palestino e aos membros da Flotilha. Nesta quinta (2/10), estudantes de várias universidades foram às ruas denunciar o sequestro da Flotilha. No dia de hoje, pelo menos 10 cidades registraram manifestações, sendo a maior delas em São Paulo. Há manifestações previstas também até o próximo dia 7, que marca o 2º ano do genocídio.
Membros da Flotilha torturados por Israel
Nos últimos dias também, Israel foi obrigado a libertar 137 militantes da Flotilha Sumud, a maioria deles italianos e turcos. Na chegada ao aeroporto de Istambul, jornalistas que participaram da missão humanitária denunciaram que inclusive uma das principais lideranças, a militante sueca Gretha Thumberg, foi alvos de torturas, na prisão de Ktziot, conhecido centro de tortura de prisioneiros palestinos no deserto de Negev, no sul do território israelense.
“Ela foi humilhada e embrulhada numa bandeira israelense e exibida como um trofeú. Tive a sensação de estar num lugar realmente bárbaro, eu realmente espero que esta barbárie acabe em breve.”, afirmou o jornalista Lorenzo Agostino, que esteve preso com Gretha.
Segundo a imprensa internacional, a militante sueca conseguiu relatar à embaixada da Suécia em Israel que estava detida numa cela cheia de percevejos e que estaria desenvolvendo doenças por causa das condições na prisão.
O tratamento dos membros da Flotilha foi comemorado por membros do governo sionista. O ministro Itamar Ben-Gvir afirmou que os militantes da Flotilha estavam recebendo “tratamento de terroristas”, que é como Israel classifica qualquer um que se oponha ao seu regime de opressão do povo palestino.
Brasileiros sequestrados
Dentre os membros da Flotilha sequestrados, se encontram 14 brasileiros, incluindo a deputada federal Luiziane Lins (PT-CE). De acordo com a Flotilha, em comunicado divulgado hoje (05/10), quatro integrantes brasileiros entraram em greve de fome diante dos maus tratos e do sequestro cometido por Israel. São eles: Thiago Ávila, João Aguiar, Ariadne Telles e Bruno Gilca.
Dos membros da delegação presos, apenas um foi solto até agora: o militante do MES/PSOL e professor Nico Calabresi, que conseguiu a libertação antecipada por conta d ter cidadania italiana.. Nico, relatou como foi o processo de sequestro após chegar em Milão (Itália).
“Fomos maltratados, apontados com armas. Fomos levados para um país onde não queríamos estar apenas pelo foto de que queríamos levar ajuda humanitária para o povo palestino em águas internacionais.”, afirmou.
Ele também cobra uma ação mais decidida do governo brasileiro, que até agora só se manifestou em notas oficiais. “Precisamos de uma ação mais decidida do governo para libertar todos os brasileiros e todos os tripulantes da Global Sumud Flotilla que ainda continuam presos, maltratados, sem a possibilidade de tomar um banho, sem a possibilidade de se alimentar dignamente, sem a possibilidade de sair da cela.”, disse em vídeo divulgado nas redes digitais.