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quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Indígenas cobram por mais segurança em Alagoas

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No dia 09 de novembro o povo Wassu Cocal, do município de Joaquim Gomes, Alagoas, fecharam a BR-101 em protesto contra o atropelamento de dois indígenas que estavam fazendo caminhada. A comunidade questiona a insegurança no local e o abandono por parte das autoridades locais.

Clóvis Maia| Redação


 

LUTA POPULAR- No dia 08 de novembro, dois indígenas do povo Wassu Cocal, no município de Joaquim Gomes, Alagoas, foram atropelados enquanto faziam caminhada. Um dos indígenas atropelados, Charles, que acabou não resistindo aos ferimentos, trabalhava como profissional de saúde e era uma liderança na comunidade, o que causou revolta e indignação e um protesto na manhã do dia seguinte (09/11), fechando a BR-101 para exigir justiça e resposta das autoridades locais.  O motorista que atropelou os dois indígenas estava alcoolizado. Além disso, esse não foi o primeiro atropelamento que ocorreu envolvendo os moradores dos quatro núcleos do povo Wassu.

No dia 09, durante a manifestação na BR-101, cacique Edmilson, falando para o jornal A Verdade afirmou que o que aconteceu aqui não foi um acidente. Foi uma violência, um crime. Aqui é muito perigoso. Perdemos um parente, outro ficou hospitalizado, e nós queremos que seja feita justiça. Já Rubenita, uma das organizadoras da manifestação relatou que é preciso que tenha sinalização, melhorias nessa BR. São vários parentes que utilizam diariamente essa pista. Eu mesma faço minhas caminhadas diariamente e estou com medo. A gente convive aqui com a insegurança. É por isso que iremos continuar defendendo nosso território e lutando por ele.

Luta e resistência

O território Wassu-Cocal teve sua homologação em 2007, porém, até hoje os indígenas enfrentam diversas dificuldades para manter suas tradições, suas terras e seus direitos como povos originários. Uma dessas dificuldades tem sido a iluminação pública e a sinalização na BR-101, que corta seu território. Após o ato do dia 09, que conseguiu da justiça alagoana a promessa de que a investigação será feita mais dois casos ocorreram, dias 10 e 11 de novembro, quando um carro com uma família foi atingido de raspão por uma carreta e uma jovem universitária teve a perna fraturada após ser atropelada por uma caminhonete, onde, novamente, o motorista fugiu sem se quer prestar socorro.

Como se não bastasse a dívida histórica que o país tem com seus povos originários, é revoltante observar que ainda hoje, mesmo com todo um discurso de sustentabilidade, proteção ambiental, respeito e reparação aos povos originários em nosso país, temos que ver esse tipo de abandono. Por isso, o povo Wassu Cocal continua lutando.

Enquanto o Brasil recebe a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (a COP 30) e os indígenas questionam o atual modelo de sociedade, que só deseja lucrar com a pauta ambiental, e seguem sendo exemplo de luta e nos inspirando em busca de uma sociedade realmente igualitária.

 

O povo Wassu Cocal teve seu território homologado em 2007, mas até hoje luta e resiste para manter seus direitos.
Cacique Edmilson: “Nossa luta é por justiça e em defesa de nosso território’.

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