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sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Greve dos trabalhadores do Hospital Veredas, em Alagoas, completa uma semana

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Movimento grevista se fortalece e só deve encerrar após o pagamentos dos salários atrasados.

Ésio Melo| Redação Alagoas


TRABALHADOR UNIDO- As trabalhadoras e os trabalhadores do Hospital Veredas estão em greve em defesa do pagamento de seus salários. A greve iniciou dia 12 de novembro e, desde então, a categoria diariamente tem fechado Avenida Fernandes Lima, principal corredor de transportes de Maceió, em protesto contra a administração do hospital.

O imponente e tradicional Hospital do Açúcar, hoje Hospital Veredas, deve aos seus funcionários e funcionárias, da enfermagem à administração e limpeza, 50% do décimo-terceiro salário de 2024, os meses de abril e maio de 2025 e os meses de agosto, setembro e outubro de 2025, além do complemento do Piso Nacional da Enfermagem.

Graças a greve, nas 48 horas iniciais do movimento, foi pago o mês de agosto. Mas as trabalhadoras e os trabalhadores decidiram só encerrar a greve após a quitação dos meses em atraso.

“Nós trabalhamos aqui em prol da população, daqueles que precisam realmente. Nós estamos aqui, pacificamente, lutando pelo nosso salário. Nós queremos honrar com nossas dívidas, nossos compromissos. Queremos comprar alimentos para nossas casas, deixar nossos filhos com alimentos dentro de casa. Infelizmente estamos impedidos de honrar com nossos compromissos”, afirmou uma trabalhadora do setor administrativo.

O atraso dos pagamentos não é novidade. Nos últimos anos, o Hospital enfrentou diversas greves, mesmo tendo recebido mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos. A administração do Hospital, ligada ao deputado federal e ex-presidente da câmara, Arthur Lira (PP-AL), passou a receber volumosos recursos de emendas e repasses do SUS, a partir de 2017, quando o Ministério da Saúde passou para as mãos do Partido Progressista.

Girlene, técnica de imobilização, trabalha há 8 anos no Veredas e, desde então, diz que é recorrente os atrasos salariais. “Devo à Deus e ao mundo. Desde que vim trabalhar aqui, meu nome está sujo”. Ela participou de todas as últimas greves, inclusive da realizada em agosto de 2025. Desta vez, ela levou suspensão porque faltou ao trabalho.

“Levei suspensão porque não tinha dinheiro para vir trabalhar. Como a pessoa vem trabalhar sem dinheiro! O Hospital está lotado, se pagar nossos salários a gente vai trabalhar”, completou.

O Movimento Luta de Classes e a Unidade Popular participam ativamente das greves desde 2023.”Quando as trabalhadoras e os trabalhadores param é porque se faz necessário. É porque têm o compromisso de trabalhar, mas também têm o direito de receber seus salários. O dinheiro entra no hospital, mas a administração do hospital diz que não tem dinheiro para pagar os salários. O fato é que esses trabalhadores estão sendo roubados. E quem é contra o roubo, faz greve, vem pra rua e não aceita ficar sem salários”, disse Ésio Melo, presidente da UP-AL.

A greve conta com a participação direta do Sindicato da Enfermagem (Sineal), dos Técnicos de Enfermagem (Sateal) e da Radiologia (Sintraeal), que garantem que o movimento grevista só termina com o pagamento integral dos salários.

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