Greve dos estudantes de Institutos Federais mobiliza 15 mil estudantes em todo país. Pauta de reivindicação principal é a construção de bandejões e a redução do preço da alimentação na rede federal.
Lucas Roseno e Lucas Marcelino | São Paulo
JUVENTUDE – Nesta quarta (26/11), milhares de estudantes dos Institutos Federais (IF) e do CEFET, organizados pela Federação Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico (FENET), realizaram uma Greve Nacional em diversos campi no país. O foco principal da greve é exigir a construção de restaurantes estudantis (bandejão) nos campi que não possuem e a melhora da qualidade e diminuição do preço nos institutos que tem.]
Até as 13 horas, o balanço da direção nacional da FENET informava que mais de 40 campi haviam paralisado as atividades em todas as regiões do país, totalizando pelo menos 15 mil estudantes em greve. Além dessas unidades, ao menos 13 outros institutos registraram manifestações ou atividades.
Para garantir que o dia da greve não fosse um dia de folga, mas um dia de luta e mobilização, grêmios e centros acadêmicos organizaram programações culturais, esportivas e políticas com os estudantes.

A situação pelo país
Diferente das escolas de ensino básico, os IFs não oferecem merenda nos intervalos das aulas. As opções para se alimentar são comprar nas lanchonetes, levar sua própria comida ou pagar para comer em um bandejão. Mas como pagar todos os dias para comer em uma lanchonete ou levar uma marmita suficiente para se manter alimentado durante todo o dia sendo estudante de baixa renda?
Pensando nessa realidade, o movimento estudantil lutou por anos pela aprovação do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). Aprovado em 2024, o PNAES atingiu – segundo o próprio Governo – apenas 400 mil estudantes em todo o Brasil.
O IFCE campus Fortaleza sofre com um rodízio de estudantes para se alimentar. Os estudantes precisam se revezar no Restaurante Acadêmico (RA), correndo risco de no dia não ter almoço. “Tem toda uma burocracia pra comer. Você tem que provar que você vai ficar até tarde naquele dia no campus para comer naquele dia, sendo que nem todos os estudantes conseguem fazer isso”, relata Maré Castro.


