Evento de lançamento do livro “A vida e luta do comunista Manoel Lisboa” na capital do país reúne cerca de 100 pessoas.
Redação DF
No último dia 3 de dezembro, aconteceu o lançamento da 3ª edição do livro “A vida e a luta do comunista Manoel Lisboa” na capital do país, que contou com a presença de cerca de 100 pessoas.
A programação do evento teve a ilustre participação do camarada Edval Nunes Cajá, um dos organizadores do livro e membro do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário (PCR). Cajá é ex-preso político e integra o Comitê de Memória, Verdade e Justiça de Pernambuco, além de ter sido importante liderança do movimento estudantil universitário, dirigindo os Diretórios Centrais das principais universidades, bem como da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP).
A abertura contou com a internacional comunista e a entoação de palavras de ordem que homenageiam os heróis do PCR. Na sequência, a militância teve a oportunidade de ouvir Cajá contando um pouco sobre a história de luta de Manoel Lisboa, fundador e um dos heróis do Partido. Manoel foi um exemplo do novo homem que dedicou os melhores anos de sua vida à construção de uma nova sociedade, livre da exploração do homem pelo homem.
II Encontro Nacional de Mortos e Desaparecidos políticos
Na mesma semana, foi realizado o II Encontro Nacional de Mortos e Desaparecidos políticos no Ministério dos Direitos Humanos, que contou com a entrega de 26 certidões de óbito retificadas de pessoas mortas e desaparecidas políticas. Dentre as certidões, constavam os documentos de Ieda Santos Delgado e Honestino Guimarães, que se somam à lista dos lutadores do povo que tiveram suas vidas ceifadas nesse período. A certidão de Manoel Lisboa será entregue em cerimônia solene em fevereiro de 2026.
Em dezembro de 2024, fruto de uma decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foi publicada uma resolução que dispõe sobre o dever de reconhecer e retificar os assentos de óbito de todos os mortos e desaparecidos vítimas da ditadura militar. Com isso, a causa da morte passa a ser: “não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964.”
Manoel foi uma das vítimas de um dos períodos de maior perseguição aos comunistas na história recente. Mas, mesmo diante das piores torturas, nada informou aos seus torturadores, mantendo sua retidão ao preceito do PCR de que “delação é traição”. Nesse sentido, as retificações são conquistas importantes da luta, porém, não são suficientes. Queremos a prisão dos torturadores e que o Brasil possa ter sua justiça de transição. É urgente curar essa ferida aberta que acomete o povo brasileiro e que coloquemos esse período na lata de lixo da história.
MANOEL LISBOA, PRESENTE! AGORA E SEMPRE!