Após 10 dias de uma intensa paralisação nacional, os bancários conquistaram um aumento real de salário de pouco mais de 2%. Antes, os banqueiros queriam impor um aumento real de 0,58%. Obviamente, trata-se de uma vitória da greve que fechou mais de 9.400 agências no País. O fato é que, sem a greve, não se conseguiria tal reajuste. Além disso, foi conquistado um aumento de 8,5% do piso salarial e do auxílio-alimentação e 10% na parcela fixa da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Nos últimos anos, foram várias vitórias dos trabalhadores com as paralisações, entre elas concursos para os bancos públicos. No entanto, a defasagem salarial continua absurda. No período FHC, os bancários acumularam uma redução salarial de 88,2%. Após esse período nefasto, houve uma gradual recuperação. Segundo Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), “com mobilização e greves, os bancários conquistaram, nos últimos nove anos, aumento real de salário, acumulando 13,22% nos salários e 35,57% no piso, de acordo com o INPC”.
Essa proporção, no entanto, nem de longe se compara ao crescimento da lucratividade dos bancos. De 2003 a 2010, os lucros dos cinco maiores deles (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal) elevaram-se de R$ 11,1 bilhões para R$ 46,2 bilhões. Ou seja, em sete anos, elevação sustentada, à média de 17,7% ao ano, ou seja, 313%. Em termos reais (correção pelo IPCA): 12,1 % ao ano, acumulando 222%.
Ressalta-se que essa lucratividade só foi possível através da exploração dos trabalhadores bancários, de sua jornada cada vez mais estafante, dos seus baixos salários e das cobranças absurdas de tarifas dos correntistas. Logo, os trabalhadores devem continuar mobilizados para conquistar mais vitórias. Parabéns a todos os bancários do Brasil!
Serley Leal,Forataleza