No dia 30 de janeiro, cerca de 100 famílias saíram da periferia de Diadema em direção ao centro, para cobrar da nova prefeitura a aceleração do processo de desapropriação.
O movimento está organizado desde 2008 nessa cidade da Região Metropolitana de São Paulo. Organizou diversas lutas, promoveu duas ocupações (Olga Benário e Lucineia Xavier) e obteve da prefeitura anterior a garantia de desapropriação de uma área que totaliza 13 mil metros quadrados, suficientes para a construção de moradias para 300 famílias.
Infelizmente, processos como este empacam na burocracia do Estado e no direito da propriedade privada, mesmo quando esta não cumpre sua função social. No caso do terreno citado, nem se sabe ao certo se há um dono. No entanto, a justificativa da prefeitura é que, antes de mais nada, um juiz deve dizer qual o valor do terreno.
Em 2012 o movimento conquistou uma parte do valor da desapropriação, mais de R$ 500 mil, depositados em juízo. Porém ainda se aguarda a definição de qual o valor exato para que a desapropriação seja concluída.
Durante o ato, várias pessoas falaram e puxaram muitas palavras de ordem, como “Prefeito, desapropria, nós queremos a nossa moradia”.
Ao chegar ao centro de Diadema, um barracão foi armado e todos puderam comer o cachorro-quente organizado pelo movimento. Em seguida, representantes da prefeitura foram para a praça. Na reunião, o secretário de Habitação deixou claro que não concorda com este tipo de luta e disse que não aceitaria pressões como aquela. Os representantes do MLB pressionaram para que ele tomasse alguma posição e ele aceitou parte das reivindicações. Uma agenda de reuniões e visitas ao terreno foi marcada.
As famílias estão em alerta e diversas lutas estão sendo organizadas, cientes todos de que apenas desta maneira poderão conquistar o que é seu. Por direito.
Carolina Vigliar, Diadema