Na primeira entrevista que deu depois de ter deixado a presidência do Eurogrupo, o luxemburguês Jean-Claude Juncker advertiu que a questão “da guerra e da paz” está em aberto na Europa e anunciou, entretanto, que irá apoiar a senhora Merkel.
Em declarações ao semanário alemão Der Spiegel, Juncker afirmou que a intensificação dos conflitos na Europa lhe faz lembrar o cenário que se vivia há cem anos, imediatamente antes da Primeira Guerra Mundial. “Está redondamente enganado quem pensa que a questão da guerra e da paz já não se coloca”, disse.
As alusões do chefe do governo luxemburguês aos “paralelismos com 2013” baseiam-se nas recentes situações eleitorais vividas em Itália e na Grécia, onde disse ter detectado “ressentimentos que julgávamos terem desaparecido para sempre”, embora sem especificar.
Sem manifestar, durante toda a entrevista, preocupação com a subida dos nacionalismos e da extrema direita desde o Báltico à Eslovênia Juncker focou o problema dos conflitos na forma, segundo ele “muito anti-alemã e muito antieuropeia” como “decorreram as campanhas eleitorais na Itália e na Grécia”. Reconheceu, por outro lado, que a maneira como políticos alemães tratam a Grécia deixa “feridas profundas na sociedade grega”.
Jean-Claude Juncker anunciou que apoiará pessoalmente a chanceler Angela Merkel nas eleições gerais de setembro na Alemanha, à qual diz “estar muito ligado”. Considerou também que a saída da crise apenas será possível como “maior união” entre os países europeus.
Fonte: BE Internacional