Criada no ano passado, a Comissão Nacional da Verdade vem tornando públicos os crimes cometidos pelo Estado contra os direitos humanos. A partir de um minucioso levantamento de dados, que já ultrapassou a marca de 30 milhões de páginas de documentos e realizou centenas de entrevistas, a Comissão divulgou, no último dia 25, um balanço de seus trabalhos.
De acordo com a Comissão, mais de 50 mil brasileiros foram vítimas de algum tipo de violação dos direitos humanos através de agressões, perda de trabalho ou expulsão de escolas ou universidades, sequestros, torturas e mortes. Jovens estudantes, trabalhadores, sindicalistas e até mesmo seus familiares foram vítimas das ações fascistas das Forças Armadas.
A comprovação da ação de agentes do DOI-Codi no assassinato do deputado Rubens Paiva, divulgada há algumas semanas, é prova inconteste da importância dessa Comissão e de que a busca de justiça está apenas começando. Cai por terra também a afirmação das autoridades militares de que “não há o que investigar” ou que “não restam documentos”, mostrando sua frustrada tentativa de esconder os crimes cometidos durante a ditadura.
Vários foram os jovens militantes assassinados nesse período e que até hoje não tiveram as condições de sua morte nem seus assassinos revelados. Quem matou Jonas José, estudante do Ginásio Pernambucano? Onde está o corpo de Honestino Guimarães, ex-presidente da UNE? Como morreram Emmanuel Bezerra, ex-presidente da Casa de Estudante do Rio Grande do Norte, e José Montenegro de Lima, patrono da Fenet?
A União da Juventude Rebelião (UJR) convoca os jovens de todo o País a se engajarem nas atividades de resgate da memória e da verdade, apoiando as ações da Comissão Nacional e promovendo, durante a Jornada de Lutas do mês de março, em homenagem a Edson Luís, debates, atividades e mobilizações de rua que apresentem os culpados dos crimes da ditadura, honrando a história de luta de jovens como Manoel Lisboa de Moura, Emmanuel Bezerra e tantos outros que deram suas vidas na defesa de um Brasil democrático, livre do imperialismo e socialista.
Cada grêmio estudantil, entidade municipal ou estadual, centro acadêmico ou DCE tem um papel extremamente importante para resgatar os verdadeiros heróis do povo brasileiro, e a eles devemos dedicar essa jornada de lutas, desmascarando os crimes da ditadura militar e colocando a juventude em luta pela condenação e prisão dos torturadores.
Coordenação Nacional da UJR