Mais uma vez foi constatado que as mulheres trabalhadoras ainda ganham menos que os homens para as mesmas funções desempenhadas. As mulheres ganharam até 28% a menos do que eles em 2011, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
A legislação brasileira prevê que não pode existir diferença salarial entre homens e mulheres. Isso fica claro na Constituição e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). No entanto não é isso que as pesquisas mostram.
Em uma década, as mulheres da Região Metropolitana de São Paulo aumentaram sua participação no mercado de trabalho e melhoraram o grau de instrução em relação aos homens, contudo, continuam recebendo menos do que eles. Entre as mulheres negras a diferença de salário chega a ser de até 172% menos, pois são as mais afetadas com menores salários, precarização do trabalho e informalidade.
Segundo o Dieese, em todas as regiões do país, as mulheres demoram mais que os homens para encontrar emprego, com exceção de São Paulo, onde os tempos de procura se assemelham. Salvador abriga a maior disparidade: elas levam uma média de 13 meses e os homens nove meses para encontrar um emprego.
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As mulheres representam 55% da população mundial, no entanto, apenas 40% delas estão no mercado de trabalho e representam apenas 10% da renda do mundo. A pobreza no mundo tem, portanto, sexo.
Agora em março, mês que marca a luta das mulheres por igualdade de direitos, é mais que necessário que esta questão seja debatida e colocada nas pautas de reivindicações dos movimentos populares, organizações políticas e sindicatos.
As mulheres são parte integrante da classe trabalhadora. Constroem, assim como os homens trabalhadores, toda a riqueza deste país. Não é mais possível tolerar tamanha discrepância de braços cruzados. Essa deve ser uma luta de toda a classe trabalhadora.
Márcio Alves dos Santos, metalúrgico e militante do MLC