Segundo o Ministério da Educação (MEC) a Universidade Federal Rural de Pernambuco é a primeira da lista de Instituições Federais de Ensino Superior do país com mais obras paradas. São nove obras paradas, sendo quatro obras na Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG), expansão da UFRPE no Agreste pernambucano e cinco obras na Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST), expansão da universidade no sertão do estado. Além disso, vários estudantes assistem as aulas em prédios com obras ainda em andamento, como é o caso dos cursos de matemática e física que ficam na sede da UFRPE no Recife. Na UAST, estão paradas as obras de dois prédios: um com salas de professores, dois laboratórios e a Casa do Estudante, que serve para alojar aqueles que vêm de outra cidade. Na UAG estão paradas as obras de um prédio administrativo, um para necropsia de animais, um reservatório de água e até um prédio de salas de aula.
Para resolver estes e outros problemas, os estudantes técnicos e professores se uniram e pararam todas as atividades na UAST durante a maior parte do mês de agosto. Os estudantes, indignados com a situação, picharam os tapumes espalhados pela unidade reivindicando democracia e o fim do museu de obras. O coordenador geral do DCE-UFRPE, Cloves Silva, chegou a ser detido pela polícia, que foi acionada para reprimir a luta dos estudantes. “Essa atitude truculenta só nos dá mais vontade de lutar!” diz Cloves. Em Garanhuns, no dia 23 de agosto, foram realizadas assembleias com todos os segmentos da universidade, e no dia 24 as ruas da cidade foram tomadas por uma grande passeata. “Só com a luta e a unidade entre os seguimentos da universidade vamos garantir nossas conquistas”, afirmou o Coordenador Geral do D.A de Zootecnia da UAG, José Claudenildo.
Com a luta, as vitórias apareceram. Em Garanhuns, a obra da sala de aula já está sendo retomada em função da pressão feita pelos estudantes em luta desde o semestre passado, se configurando como uma grande vitória por parte dos Diretórios Acadêmicos e do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Daniel Ferreira, coordenador-geral do DCE-UFRPE