Entre as 699 Instituições de Ensino Superior (IES) que obtiveram resultado insatisfatório no Índice Geral de Cursos (IGC) de 2009, 93% são privadas. Atualmente existem cerca de seis milhões de estudantes no ensino superior, sendo 4,5 milhões no ensino pago. Um dos motivos para essa situação é o golpe que as universidades privadas aplicam em seus próprios alunos: após receberem do MEC reconhecimento e autorização para funcionar, as universidades demitem os melhores professores e passam a contratar apenas especialistas para economizar com salários e obterem maiores lucros.
Fica claro que a faculdades privadas são o grande inimigo da educação, pois visam apenas o lucro. Aumento abusivo das mensalidades, constrangimento aos alunos para não fazer provas ou assistirem às aulas devido ao atraso do pagamento da mensalidade ou mesmo o envio de oficiais de justiça nas casas das pessoas.
Será que os estudantes estão recebendo um ensino digno que faça jus às altíssimas mensalidades que pagam? É hora de os estudantes se mobilizarem, pois é nos cursos privados onde está a maioria dos trabalhadores que estudam, obrigados a deixar nessas instituições boa porte dos seus salários. Trabalhadores esses que deveriam receber uma educação de qualidade para prepará-lo, de fato, para uma nova profissão.
Por isso, o movimento Rebele-se na UNE chega propondo uma mobilização para além da qualidade do ensino, a defesa dos 10% do PIB para educação, a assistência estudantil através de bolsas de pesquisa, moradia estudantil, restaurantes universitários a preços populares e acessíveis e a luta para extirpar de vez a mercantilização das praças de alimentação e fazer da universidade um campo de saber para a sociedade.
Mariana Magaldi e Ricardo Senese, militantes da União da Juventude Rebelião (UJR)