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quinta-feira, 25 de abril de 2024

O alcoolismo: doença que enriquece os capitalistas

Pôster soviético contra o alcoolismo

Dado recente aponta que as indústrias de cervejas faturam R$ 20 bilhões por ano e gastam em publicidade mais de R$ 700 milhões. Uma pesquisa chegou a comparar a propaganda na televisão de álcool com a propaganda de bebidas não-alcoólicas na televisão. Gravaram-se 420 horas de programas humorísticos, esportivos e novelas nos quatro canais de televisão aberta de maior audiência durante os cinco primeiros meses de 2006. Os programas selecionados apresentaram audiência de no mínimo 10% de jovens de acordo com a medição do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística). Foram identificadas 7.359 propagandas veiculadas nas 420 horas gravadas, tanto nos intervalos dos programas como inserções dentro dos programas gravados (merchandising). Foram 444, as propagandas de bebidas alcoólicas, ficando em 7º lugar do total encontrado. Muito mais do que as propagandas de bebidas não-alcoólicas, que tiveram 197 propagandas identificadas, ficando em 11º lugar.

A pesquisa também constatou que em todos os horários do dia há mais propaganda de bebida alcoólica do que de bebida não-alcoólica. Chama bastante atenção, também, que a cerveja sozinha compete com grande margem de vantagem em relação à inserção de propaganda de bebidas não-alcoólicas. As propagandas de bebidas alcoólicas aparecem nos períodos manhã e tarde quase em sua totalidade ligadas a eventos esportivos.

As conseqüências sociais dessa propaganda abusiva do álcool na TV são graves. Segundo levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas (Cebrid), encomendado pela Secretaria Nacional Antidrogas, o consumo de bebidas alcoólicas aumentou, em cinco anos, 30% entre jovens de 12 a 17 anos e 25% entre jovens de 18 a 24 anos.

Mas, enquanto a propaganda sempre associa bebidas com esportes, sexualidade (mulheres são sempre acessórios das cervejas nas propagandas exibidas) e com prazer, a realidade mostra que o número de pessoas viciadas em álcool, os alcoólatras, crescem enormemente.

De acordo com o Ministério da Saúde, o número de brasileiros mortos devido a doenças provocadas pelo consumo de bebidas alcoólicas cresceu 18,3% em seis anos. A pesquisa foi realizada sobre dados fornecidos pelo Sistema de Informações sobre mortalidade no período de 2000 a 2006. De acordo com o levantamento, o número de mortes devido ao álcool passou de 10,7 por 100 mil habitantes para 12,64. Entre as causas mais comuns dos óbitos registrados por doenças, estão a cirrose, pancreatite e doenças vasculares. Mais que um problema cultural, o álcool tornou-se também um dos ingredientes ativos no aumento da violência, da criminalidade e das agressões familiares.

Outra pesquisa realizada por uma equipe do Programa Acadêmico sobre Álcool e outras Drogas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com vítimas fatais de acidentes de trânsito, mostrou que o álcool esteve presente em cerca de 75% dos casos.

Enquanto eles lucram bilhões em todo o mundo mais de um milhão de pessoas morrem no mundo em decorrência de acidentes de trânsito causados pelo uso abusivo de bebidas alcoólicas e outros milhões de jovens ficam dependentes do álcool, achando que estão consumindo um produto que faz bem à saúde e o torna sua vida mais feliz.

No entanto, os meios de comunicação da burguesia escondem essa dura realidade. Não poderia ser de outra forma, pois são bem pagos pela indústria de bebidas alcoólicas.

A verdade é que enquanto os capitalistas lucram bilhões com a propaganda do álcool e com sua venda, estão, ao mesmo tempo, embriagando nossas consciências para que aceitemos a vida de exploração e miséria em nosso país, as guerras e as injustiças no mundo.

Alex Feitosa, militante do PCR

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