As instalações da Refinaria de Suape, das três fábricas da Petroquímica Abreu e Lima e do Estaleiro Atlântico Sul somam um investimento de cerca de R$ 6 bilhões. Aproximadamente 100 empresas privadas participam da estruturação do complexo. Esse é um dos maiores investimentos do Brasil. Mas apesar de todo esse investimento, os trabalhadores têm recebido baixos salários e suas condições de trabalho são péssimas.
Mesmo sendo os trabalhadores os verdadeiros responsáveis pelo levantamento dessa obra, apenas os patrões têm obtido grandes lucros. Diante dessa situação, a categoria, insatisfeita, já tem levantado sua voz contra a exploração e, desde o início novembro de 2010, vem exigindo salários justos e melhores condições de trabalho.
Foram diversas greves, manifestações, enfrentamentos com a Justiça, atos contra os péssimos alojamentos, fechamento de BRs, enfrentamento com a policia e com a própria direção do sindicato. Só este ano já houve duas greves; na primeira, em maio, os trabalhadores passaram uma semana de braços cruzados.
A segunda paralisação começou na manhã do dia 1º de agosto: 35 mil operários realizaram uma grande assembleia na qual decidiram fazer a greve por 15% de aumento no salário; reajuste na cesta básica de R$ 160 para R$ 300; folga de campo de cinco dias a cada 90 dias trabalhados, com pagamento de passagem aérea, pela empresa, para os que residem a mais de 1.000 km de distância; e pagamento de 100% das horas extras aos sábados.
Durante a greve o Governo do Estado e o Ministério Público do Trabalho se apressaram para mediar as negociações e, ao fim de uma semana de greve, os trabalhadores conquistaram um aumento de 11% no salário, elevação do preço da cesta para R$ 200 e folga de campo a cada 90 dias, com passagens pagas pelas empresas, além do pagamento de 100% dos dias parados na greve atual e de 50% na de maio.
Esses operários têm demonstrado bravura em sua luta, em nenhum momento se intimidando diante das ameaças dos patrões nem das dificuldades criadas pelo Sintepav, que tem em sua direção a Força Sindical. O sindicato pelego tentou impedir a greve de várias maneiras, até mesmo agredindo fisicamente quem entregava panfleto na entrada da obra. Ainda na paralisação de maio, na tentativa de intimidar a categoria para pôr fim à greve, um capanga do Sintepav, em plena assembleia, atirou e feriu um trabalhador que defendia a continuação da greve. Mas apesar de todas as manobras os operários continuaram na luta e conseguiram vitórias.
Ainda há muito a conquistar e, por isso, a cada dia continua a luta por um salário melhor e por dignas condições de trabalho, além do pagamento de 100% das horas extras trabalhadas aos sábados.
Movimento Luta de Classes (MLC)