No mês de agosto aconteceu a data-base do metalúrgicos do ABC, e a não realização de uma greve e o fato de o sindicato não ter aumentado a pressão sobre os patrões acarretaram uma convenção coletiva com menos conquistas que outras categorias do país.
A diretoria do sindicato tem ressaltado as cláusulas sociais (licença-maternidade, equipamentos de segurança etc.), porém muitas dessas cláusulas não são cumpridas, e o acordo com aumento real de 2,5% ficou muito abaixo para do necessário para atender nossas necessidades. O que estamos vendo são as empresas fazendo caixa para a crise e se preparando para realizar demissões e dar férias coletivas aos seus empregados.
Infelizmente, nosso sindicato tem abandonado a greve e a politização da categoria. Os metalúrgicos de Curitiba, por exemplo, realizaram greve e conquistaram 5% de aumento real.
Nós os metalúrgicos, que já tivemos pessoas que morreram lutando por melhores condições – como Santos Dias, Devanir de Carvalho, Ângelo Arroio e Luiz Vergatti –, devemos seguir esses exemplos e nos preparar para as grandes jornadas de luta que estão por vir.
Alberto Lemos, metalúrgico São Paulo