Os estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ocuparam por três vezes o Conselho Universitário (Consuni), fórum máximo de deliberação da universidade, reivindicando melhoria na assistência estudantil, fim do atraso das bolsas e restaurantes universitários nos câmpus da Praia Vermelha e do Direito.
A primeira ocupação ocorreu no dia 8 de setembro, com cerca de 200 estudantes exigindo que a pauta estudantil fosse discutida. Cedendo à pressão, a Reitoria então se comprometeu a discutir a pauta dos estudantes e convocou um Consuni extraordinário para a quinta-feira seguinte.
No dia 15 seguinte, que ficou conhecido como “Dia dos Indignados na UFRJ”, cerca de 500 estudantes ocuparam a sessão extraordinária do Consuni, novamente, para garantir a discussão, bradando palavras de ordem como “Sou estudante, sou de ação, estou na luta pra ganhar o bandejão”. Mas a proposta da reitoria não contemplava os estudantes, que não se calaram para defender seus direitos. A sessão foi encerrada pela Reitoria e foi aberta uma comissão de negociação.
Em assembleia, os estudantes aprovaram os consensos com a Reitoria e encaminharam as divergências através da comissão, que era composta por um representante de cada Centro Acadêmico e os Conselheiros Discentes.
Foram duas reuniões da Comissão com a Reitoria para encaminhar propostas ao Consuni do dia 22. Os estudantes, então, mais uma vez, foram acompanhar a discussão e votação. Infelizmente, nem todas as propostas puderam ser votadas e continuam a ser discutidas pela comissão, porém os consensos – como reajuste do valor das bolsas e a principal reivindicação, que seria a destinação da verba de R$ 4 milhões a ser utilizada para o vestibular da UFRJ, substituído pelo Enem, para a construção de bandejões em câmpus isolados – foram aprovados!
Mais uma vez o movimento estudantil provou que a luta é o único meio de garantir nossos direitos.
Danielle Ramos da Silva. militante da UJR