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sexta-feira, 26 de abril de 2024

A luta do Gayones na Venezuela

O Movimento Gayones surgiu na Venezuela em 1991. Ao longo desses 20 anos, consolidou-se como um dos principais movimento de massa organizando operário, camponeses e indígenas. A Verdade entrevistou José Pinto, membro da direção da corrente sindical do Movimento  Gayones e um dos fundadores do movimento.

A Verdade – Fale um pouco da história do movimento Gayones. Quanto tempo tem de existência, como surgiu e porque Gayones?

José Pinto – O movimento Gayones surgiu há 20 anos, com o motivo da crise da esquerda no mundo com a queda das URSS, o Partido Comunista de Venezuela (PCV) fez uma profunda revisão em sua teoria e muitos comunistas não se sentiam representados pelo PCV e alguns companheiros se reuniram para discutir política, baseado nos clássicos do marxismo e na luta de classes, também atuava nas atividades práticas dos trabalhadores.

A ação revolucionária nos levou a fazer uma luta pela preservação de um cemitério indígena da etnia aborígenes Gayon em uma zona chamada Algarí. Isto fez com que os companheiros estudassem a história dos Gayones e lograram a luta dos Gayones contra a colonização espanhola, onde eles utilizavam táticas de guerra de guerrilha, como atacar e dispersar, não ficar em um só lugar e outras. Também se conheceu o sadismo com que atuava os colonizadores espanhóis de baixo da política da coroa espanhola da espada e da cruz. Entre os atos más abomináveis estava o empalamento em praça pública para intimidar os Gayones, para servir de exemplo para quem se levantava contra os espanhóis.

O estudo serviu para conhecer os atos de heroísmo dos Gayones. Com a morte do cacique, a cacica (mulher do cacique) Ana Soli (que é conhecida hoje como Ana Soto) liderou a tribo chegando a dirigir mais de 2.000 guerreiros que fizeram férrea resistência à colonização espanhola a ponto que os extinguiram (toda a etnia). Resistiram até a morte.

Conhecido tudo isto se mudou o nome de um jornal artesanal, rudimentar que o grupo de companheiros o tirava, para GAYONES, com a simbologia de cacto. Depois da mudança do nome do jornal (em 1991) as pessoas começaram a chamá-lo de Gayones.

Quais foram as principais lutas e conquistas do Movimento Gayones?

A principal foi a luta para não colocar o incinerador de lixo no cemitério Gayon e que se repartisse a terra para os que lutavam, para um projeto agropecuário, terra que se transformou em um assentamento campesino chamado San José de los Camaguos.

Temos lutado pelos direitos políticos, pela participação popular, e fizemos nos bairros e nos sindicatos, entretanto, nos sindicatos em princípio era muito pouco e eleitoralmente não participavam do governo. Houve um momento em que decidimos abordar a luta sindical com força e temos desenvolvido um movimento sindical majoritariamente em Lara.

Temos desenvolvido nos estados de Carabobo, Portuguesa, Yaracuy, Caracas, Cojedes Barrinas, Falcón, Miranda, Aragua entre outros com mais ou menos desenvolvimento do movimento e da corrente sindical.

Em 1997 participamos da primeira greve que foi na CANTV em Lara que durou 22 dias, em 2001 fizemos uma greve em uma empresa chamada de Embutidos Arichura que durou 45 dias, depois realizamos várias greves entre elas fizemos duas greves na Universidade Fermi Toro em Lara, na empresa Taelinca de tabuleiros elétricos que dorou más de 100 dias, na Snack  em 160 dias, na Alentuy de bases de alumínio que durou 45 dias e na General Motors de Venezuela (GMV) que durou 48 dias.

Fernanda Lopes, Belém

 

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