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sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Fortaleza registra 42 casos de agressão à mulher por dia

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Uma mulher vivia com o marido há 22 anos. Ela é mãe, batalhadora, universitária, queria um futuro melhor para ela e para os filhos. Mas o crescimento profissional da esposa despertou o ciúme do homem. Ele começou com agressões verbais e, da última vez, passou de qualquer limite. Desferiu 22 golpes de faca pelo corpo inteiro da mulher.
Mulher agredida e morta pelo marido

Após 5 anos da aprovação da Lei Maria da Penha, as mulheres continuam sendo agredidas diariamente. Somente em Fortaleza, capital do Ceará, de janeiro de 2009 a outubro de 2011 foram registrados 20.728 casos de agressões. Em 2011, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) já registrou 8.909 boletins de ocorrência. Em apenas um dia do mês de novembro, foram registrados 42 casos. Do total de mulheres agredidas em Fortaleza, 23%, isto é, 1.451 mulheres são de uma mesma região (Regional V). E os municípios onde houveram os maiores números de mulheres agredidas no estado são: Itapajé, Assaré e Barbalha. Em conseqüência, o Ceará é o terceiro estado do Nordeste em registros de homicídios de mulheres.

Vale ressaltar que em 94,44% dos casos o agressor é um homem, o que demonstra o sentimento de posse existente nas maiorias das relações, onde a mulher é vista como propriedade privada, lembrando muitas vezes a mesma relação de opressão existente na época da escravidão, onde o senhor de escravos podia espancar, torturar ou até mesmo matar.

Outro dado alarmante é o numero de mulheres que solicitaram abrigo na Delegacia de Defesa da Mulher: 3.115 medidas foram requeridas somente este ano. Em Fortaleza, atualmente, só existe um abrigo para mulheres agredidas, o que acaba se tornando outro problema, isto é, a falta de políticas públicas específicas para o apoio e o combate à violência contra as mulheres.

O dia 25 de novembro ficou conhecido como o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher em homenagem às irmãs Mirabal (Minerva, Patria, Maria Teresa e Dede Mirabal) assassinadas de forma brutal por lutarem contra a ditadura em seu país (República Dominicana) contra o machismo e pelo socialismo. Dessa forma, cabe ao movimento de mulheres  seguir o exemplo de luta das irmãs Mirabal por uma sociedade sem qualquer tipo de opressão ou violência, bem como a realização de lutas e mobilizações não só em novembro, mas até a conquista dessa sociedade tão sonhada, a sociedade socialista.

Paula Colares, Movimento de Mulheres Olga Benário do Ceará

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1 COMENTÁRIO

  1. Tá difícil ser mulher nesta sociedade,todo dia ou todas hora morre uma mulher no mundo,cadê a lei,cadê a justiça,cade os direitos humanos,até quando vamos ficar assistindo toda essa violência é o dever do estado nos proteger,muito pelo contrário protege o agressor!Chega de tanto descaso!

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