Na noite do dia 29 de março, um ato organizado pelo Diretório Central dos Estudantes do Centro Universitário UNA mobilizou os estudantes contra o aumento de 11% das mensalidades da universidade em Belo Horizonte, Minas Gerais. A manifestação tomou as salas de aulas e contagiou os estudantes das 8 unidades do Centro Universitário UNA-BH.
Além da luta contra o elevado índice do aumento, que ficou acima da inflação, o ato também ainda teve como pauta outras reivindicações específicas por unidade, como o fim das filas dos elevadores e mais segurança na Unidade Barro Preto; na Unidade Guajajaras, os estudantes cobram a instalação de ar condicionado nas salas e a melhoria dos laboratórios; na recém-inaugurada Unidade Linha Verde a luta é pela: construção imediata de laboratórios; enquanto que Unidade Liberdade a cobrança é por mais acervos bibliográficos e funcionamento dos elevadores para deficientes, situação que atinge também os alunos da Unidade Aimorés. Outras unidades passam por problemas semelhantes e ainda sofrem com a falta de acesso para os deficientes. São casos que atingem as unidades Raja, Barreiro e Contagem, que também reivindicam a imediata construção da tesouraria nas suas unidades para que possam fazer o pagamento das mensalidades e realizar todos os procedimentos referentes a esses assunto. Atualmente todos os atendimentos da tesouraria ocorrem apenas na unidade Aimorés, que fica muito distante das maioria das unidades.
O ato unificado contou com participação ativa de vários DA’s e CA’s, que se concentraram na entrada da Unidade Barro Preto que parou completamente as aulas com palavras de ordem e muita agitação: “Se você pensa que dinheiro é água, dinheiro não é água não, dinheiro vem do meu salário e a UNA tá metendo a mão.” Foi nesse “clima” que os estudantes aprovaram uma carta contendo as principais reivindicações para ser levada para Reitoria do Centro Universitário. Porém, os estudantes deixaram clara a disposição de continuar lutando por melhorias no ensino e no combate à mercantilização do ensino no Brasil. Esse sentimento ficou expresso nas palavras de Polianna Soalheiro, estudante de Serviço Social e Coordenadora Geral do DCE-UNA: “Hoje paramos essa unidade, amanhã serão outras e depois de amanhã será toda a UNA.”
Douglas Lamounier – Coordenador Geral DCE-UNA
Carta dos estudantes: A UNA que a gente não quer!
A vida de estudante não é nada fácil, pois além de estudar, a grande maioria trabalha e “rala” para pagar sua mensalidade. Todo nosso esforço para ter um diploma e uma profissionalização de qualidade deve ser garantido! É esse caminho que o DCE e os DA´s/ CA’s trilham, a fim de não só representar os estudantes da UNA, como também exigir e reivindicar nossos direitos!
Há o discurso de que o Centro Universitário tem muitos gastos e um alto investimento na educação. Porém, não é isso que os alunos dos 8 campi observam ao ingressar na instituição. No campus Barro Preto os alunos cotidianamente se deparam com o caos instalado: filas gingantes para acesso aos elevadores, filas que chegam à entrada do prédio, colocando em questão a segurança dos alunos; laboratórios de informática precários e salas super lotadas, o que humanamente é inadmissível. No campus Guajajaras, as salas não possuem ventilação adequada, onde a participação dos alunos só se faz possível nas aulas se a refrigeração estiver funcionando. Em Venda Nova, no campus Linha Verde, as aulas em laboratórios são realizadas no campus Raja, fazendo com que os alunos de desloquem de um campus a outro, causando transtornos.
Além de todos esses fatores, os campi apresentam difícil acesso para portadores de necessidades especiais, com a falta de rampas e elevadores que efetivamente não funcionam; a centralização da Tesouraria no campus Aimores para atender a todos os alunos, dificulta o deslocamento dos alunos que estão matriculados em campus como o Barreiro, Raja e Linha Verde, além de não atender a todas as demandas de forma organizada, prática e rápida, sem filas e com um atendimento de qualidade.
Os problemas de estrutura comuns a várias unidades da Instituição são um contra senso ao valor pago pelas mensalidades. Como que uma instituição eleita o “Melhor Centro Universitário de Minas Gerais”, que tem mensalidades tão altas, apresenta problemas como esses?
Reconhecemos a vontade e a garra dos nossos professores que mesmo com esses problemas, dedicam atenção, comprometimento e zelo para com nossa formação e qualidade dos cursos ofertados pela UNA. Fazemos essas críticas por acreditar que as mesmas podem ser atendidas e de fato cumpridas pela Instituição.
Pensamos que a UNA possui um grande potencial naquilo que se dispõe a fazer, mas temos muito que avançar na qualidade do ensino, infraestrutura, dentre outras questões. Por isso vamos construir uma UNA que de fato merecemos e que vale a pena estudar, com o objetivo de alcançarmos uma educação plena e de qualidade. Vamos construir um grande ato contra o aumento das mensalidades e protestar por todos esses problemas, com o intuito de sermos ouvidos e atendidos pela Instituição. Vamos mudar a nossa própria historia e para que isso aconteça, temos de mostrar a nossa indignação, mudando assim nossa atual realidade dentro da Instituição. Vale lembrar-se dos estudantes de direito da UNA que se mobilizaram fazendo um grande ato contra a prova do exame especial e como resultado, todos os pontos apresentados foram atendidos.
Encaminhe para o DCE, DA’S e CA’s, suas reivindicações, sugestões, problemas de seu curso e unidade, para que essas questões sejam pautadas junto à reitoria, a fim de buscarmos soluções às necessidades dos estudantes.
Junte-se a nós nessa luta por uma educação de qualidade!