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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

O mundo em depressão

O avanço da crise do capitalismo, que teve início em 2008, continua gerando fortes consequências para os trabalhadores de todo o mundo. Os cortes nos direitos sociais e as medidas de austeridade, somados ao aumento das taxas de desemprego e reduções salariais, vêm obrigando os trabalhadores a suportar condições de exploração cada vez maiores.

Reflexo direto deste retrocesso é o sofrimento e a falta de perspectiva que acometem a população dos países mais afetados pela crise, como prova o aumento do número de casos de depressão e suicídios. A venda de antidepressivos nunca esteve tão alta. Nos Estados Unidos, 27 milhões de pessoas fazem uso desse tipo de medicamento, enquanto no Brasil, no primeiro semestre de 2011, foram comercializados 34,6 milhões desses remédios – um aumento de quase 50% nos últimos quatro anos. Os números são ainda mais assustadores nos países da Europa, onde a crise se faz mais evidente. Só na Itália, desde o início deste ano, 80 pessoas tiraram suas vidas por efeito da situação econômica de seu país. Segundo o instituto de pesquisa Eures, o número de suicídios teve um alarmante crescimento a partir de 2008, provando que a incidência desses casos está diretamente ligada às condições sociais a que estão submetidos os trabalhadores de todo o mundo.

Vicky Harrison, 21 anos, Antonio Tamiozzo, 53 anos, Dimitris Christoulas, 77 anos, e centenas de outros homens e mulheres que, em meio ao desespero e falta de perspectiva impostos pelo sistema capitalista, puseram fim às suas vidas. São jovens, adultos e idosos esquecidos diariamente pelos governos, que preferem retirar do trabalhador seus direitos e conciliar com a classe burguesa. Às custas destes e de todos nós, enriquecem os grandes capitalistas, num ciclo que só terá fim quando a classe trabalhadora se unir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária!

Jessica Tolentino, estudante de Relações Internacionais da PUC-MG e militante da UJR

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