O Movimento de Mulheres Olga Benário do Ceará realizou projeto de resgate da história de dez mulheres torturadas, desaparecidas e assassinadas pela ditadura militar brasileira. O projeto foi realizado nas comunidades, em parceria com o Movimento de Luta, nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).
A atividade levou ao povo a oportunidade de conhecer a vida e a luta de mulheres como: Jana Moroni Barroso (1948-1974, CE); Áurea Eliza Pereira (1950-1974, MG); Therezinha Viana de Assis (1941-1978, SE); Nilda Carvalho Cunha (1954-1971, BA); Alceri Maria Gomes da Silva (1943-1970, RS); Gastone Lúcia de Carvalho Beltrão (1950-1972, AL); Ísis Dias de Oliveira (1941-1972, SP); Lourdes Maria Wanderley Pontes (1943-1972, PE); Anatália de Souza Melo Alves (1945-1973, RN) e Miriam Lopes Verbena (1946-1972, PA).
A pesquisa foi levantada de acordo com as informações do livro Luta, substantivo feminino, uma publicação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do Governo Federal.
A recepção da população nos bairros foi de muita indignação e revolta por saber que mulheres foram brutalmente torturadas, estupradas e assassinadas simplesmente por defenderem um país democrático e justo. Como bem falou Anatilde do Nascimento, do Conjunto Habitacional Bárbara de Alencar, “foi muito bom para nós, donas de casa e trabalhadoras, conhecermos essas histórias tão tristes, mas de muita luta. Me sinto forte para lutar como elas por saúde, creches para as nossas crianças, trabalho e por um Brasil melhor para todos. Essas mulheres, sim, são as nossas verdadeiras heroínas! E não aquelas que a televisão mostra nas novelas!”.
Ao final do projeto, um ato político na Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, foi realizado com o objetivo de mostrar à sociedade o espírito de dar continuidade à luta dessas mulheres, exigindo a imediata abertura dos arquivos da ditadura e a punição dos torturadores e assassinos das verdadeiras heroínas do povo brasileiro.
Paula Virgínia,
Movimento de Mulheres Olga Benário