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domingo, 17 de novembro de 2024

Rota nas ruas aumenta homicídios em São Paulo

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Apenas uma hora foi necessária para que mais dois homicídios entrassem para o currículo, já tenebroso, dos policiais que fazem parte da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), batalhão de operações especiais da Polícia Militar de São Paulo. O primeiro homicídio ocorreu às 18h45m do dia 16 de julho, no bairro de São Mateus, Zona Leste da capital paulista; o segundo, uma hora depois, no município de Diadema, no bairro Jardim Inamar.

As duas histórias são muito semelhantes. São, aliás, quase indênticas às outras 24 histórias de assassinatos promovidos pela Rota apenas nos três primeiros meses deste ano. Um suspeito de posse de um veículo roubado que, supostamente, troca tiros com a polícia. O enquadramento jurídico para esse tipo de ocorrência é conhecido como auto de resistência.

No caso do assassinato de Diadema, no entanto, vizinhos que presenciaram o crime contam uma história diferente. Marcão, como era conhecido o rapaz assassinado, dirigia de fato um Fox cinza roubado, mas se entregou de mãos na cabeça quando foi alvejado, sem quaisquer condições de defesa.

A verdade é que o terrorismo debaixo do qual vivem as comunidades da periferia de São Paulo se aprofunda cada vez mais. No dia 18 de julho, moradores do bairro Presidente Dutra, no município de Guarulhos, realizaram uma manifestação que trancou a Avenida João Paulo I com mais de 100 pessoas. Eles exigiam que a polícia apresentasse com vida os dois adolescentes que haviam sido sequestrados por PMs no dia 12 de julho.

Desde que se instalou uma guerra não declarada entre agentes policiais e elementos do chamado crime organizado, o clima de medo e insegurança se aprofunda na periferia da capital paulista. Não se sabe ao certo que motivos detonaram a guerra (alguns afirmam que se trata de uma renegociação dos termos do acordo entre a polícia e os traficantes), mas o saldo dos mortos já pode ser calculado.

 Este ano, 33 policiais foram assassinados, a maioria no período de folga e, pelo menos, 15 ônibus foram incendiados. A resposta da polícia, no entanto, não atinge apenas os criminosos, mas todo o povo que mora na periferia. Até o momento, a polícia de São Paulo foi responsável pela morte de 268 pessoas, sendo 200 autos de resistência e 68 homicídios ditos não intencionais.

Como surgiu a Rota

Tendo como origem o 1° Corpo Militar de Polícia, foi na ditadura militar, no ano de 1975,  que a Rota consolidou seu nome e estrutura atuais. São simbólicos os dois feitos que mais dão “orgulho” ao batalhão: a destruição da comunidade de Canudos, no fim do século 19, e o desmantelamento da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), organização formada pelo Capitão Carlos Lamarca, em 1970. Seu nome, Tobias de Aguiar, é uma homenagem a um ex-presidente da Província de São Paulo, no período do Império.

Tenente Mendes, herói símbolo do Batalhão, ganhou este posto exatamente por morrer na perseguição à VPR que terminou com o assassinato do Capitão Carlos Lamarca. A Rota é, portanto, mais um dos entulhos autoritários deixados pela ditadura militar que a Comissão da Verdade e Justiça tem o papel de esclarecer e pôr fim.

O ex-comandante da Rota, Paulo Adriano Telhada, é agora candidato a vereador pelo PSDB, mesmo partido do governador do Estado, Geraldo Alckmin. Em seu perfil no Facebook, Paulo Adriano propaga a violência policial e o assassinato do que ele chama de “vagabundos”. Enquanto a verdade e a justiça sobre o período militar brasileiro não são estabelecidas, os estagiários de ditador, a exemplo desse Paulo Adriano, ficam folgados para fazer sua propaganda reacionária e sua prática fascista.

Redação São Paulo

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2 COMENTÁRIOS

  1. concordo com tudo oque foi dito a respeito da chamada R.O.T.A e me pergunto ta perto a hora do povo que eh soberano abraçar a causa e reagir contra o extermino fascista atraves de uma grande luta armada… logo nao vai ter outra opçao..

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