Nos últimos anos, a Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG, empresa estatal que detêm o monopólio de distribuição de energia no Estado, tem adotado medidas como a retirada de direitos, avaliações de desempenho tendenciosas, redução de quadro de pessoal e perseguição a trabalhadores e diretores do sindicato da categoria, o Sindieletro. A direção da empresa chegou ao absurdo de contratar um grupo de “segurança” privado, comandado por um sujeito que atende pela alcunha de Amílcar e que carrega a tira-colo uma dezena de ex-militares que operaram à época da ditadura. Para esse serviço sujo, o chefe Amílcar recebe salário de 7 mil reais.
A população também paga por essa gestão da empresa que tem como objetivo maior a maximização dos lucros para os acionistas: aumento do tempo de interrupção de energia e da frequencia dos desligamentos; o aumento da terceirização e pagamento de uma das contas de energia mais caras do mundo. Benefícios apenas para os acionistas, que levam quase todo o lucro da empresa (mais de 2 bilhões de reais por ano). Apesar de ser o estado o seu principal acionista, com 51% das ações com direito a voto, as ações com direito a lucros estão nas mãos dos outros acionistas, que levam 76% do lucro e quase metade dessa bagatela vão para os acionistas estrangeiros, o que mostra que o mercado de ações nada mais é do que uma forma de manter a colonização à distância. Outro acionista que tem se dado muito bem com a gestão da empresa (vale lembrar que o governo do estado está nas mãos do PSDB) é a empreiteira Andrade Gutierrez, que “comprou” 1/3 das ações da CEMIG em 2010 numa ação entre os amigos Sérgio Andrade (dono da empreiteira) e o então governador do estado e atual senador Aécio Neves. Aliás, a Andrade Gutierrez é uma das principais financiadoras de campanha eleitoral no estado de Minas Gerais.
Por denunciar sistematicamente estas falcatruas na empresa, a organização dos trabalhadores tem sofrido diversos ataques.
No último mês, quatro trabalhadores foram demitidos da empresa: três são membros da CIPA e 1 é diretor de sindicato e técnico em segurança do trabalho, todos são concursados e com tempo mais de 20 anos de dedicação à empresa. Todos os trabalhadores demitidos são lideranças na base e têm se manifestado sistematicamente contra a gestão entreguista da empresa. No dia seguinte às demissões, os trabalhadores responderam com a paralisação imediata das atividades. O sindicato tem tomado todas as medidas possíveis para reverte às demissões, mas a empresa insiste em jogar o processo para o judiciário que, em Minas Gerais, sempre se manifesta a favor dos patrões.
Não vamos permitir que a CEMIG e sua gestão terrorista implante a lógica da demissão em empresa pública, não respeitando sequer o direito a estabilidade dos membros de CIPA e diretores de sindicatos.
Vamos continuar denunciando o saque às riquezas produzidas pelos trabalhadores e a farra com dinheiro público feita pela direção da empresa e pelo governo do estado.
Jobert Fernando de Paula, diretor do Sindieletro-MG
Poxa companheiro! Pensava que ai na CEMIG eram só flores mas pelo jeito não está tão diferente da nossa Região aqui meu caro! Eu sou um servidor da CELG (goiás) e o terrorismo tá implantado aqui! Tudo é corte de gasto, PDV e coisas do tipo mas devemos endurecer o discusso e continuar na luta! Desejo sorte a vocês!