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domingo, 24 de novembro de 2024

A Operação Brother Sam

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Documentos e gravações divulgados recentemente revelaram que, em 1962, o serviço secreto norte-americano, a CIA, e o Pentágono propunham boicotes ao governo progressista de João Goulart (Jango), chegando a doar oito milhões de dólares à campanha de seu opositor, além de decidirem dar início à operação Brother Sam. No dia 28 de março de 1964, derrubaram com um golpe o presidente Jango, democraticamente eleito. A pouco menos de 90 km das praias cariocas, os navios e porta-aviões norte-americanos se colocavam a postos para garantir o sucesso do golpe. A operação Brother Sam nascia com o intuito de assegurar o golpe dos militares em 1964, dando todo o apoio logístico, bélico e econômico que fosse necessário.

Significando Irmão Sam, em inglês, a operação faz alusão ao Tio Sam (personagem-símbolo dos Estados Unidos) e era constituída por 100 toneladas de armas leves e munições, petroleiros com capacidade para 130 mil barris de combustível, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio que transportava 50 helicópteros, com tripulação e armamento completo, um porta-aviões, seis destróieres (embarcação de guerra para abater aviões e submarinos), um encouraçado (navio de guerra pesadamente blindado e armado com peças de artilharia de longo alcance e de maior calibre existentes), além de um navio de transporte de tropas e 25 aviões C-135 para transporte de material bélico. Não havia dúvida de qual era a intenção do imperialismo de ter o Brasil dominado pelas forças armadas.

De 1964 até 1985, período da Ditadura Militar, os trabalhadores perderam vários direitos, manifestações foram proibidas, o movimento estudantil e camponês foram violentamente reprimidos, muitos foram torturados e assassinados. As Reformas de Base e a Reforma Agrária foram interrompidas e, a partir de então, o Brasil viu crescer a pobreza, a concentração de renda e a multiplicação de sua dívida externa.

Durante anos, a Casa Branca tentou negar a existência dessa operação, até que documentos secretos foram publicados no Jornal do Brasil, em dezembro de 1976, denunciando todo o programa previamente orquestrado para tomar o poder no Brasil e impedir os avanços que os trabalhadores vinham obtendo.

Essa chaga, após 27 anos do fim da Ditadura Militar, não se apagou, pois os crimes cometidos pelos torturadores do regime continuam impunes. A União da Juventude Rebelião exige a abertura dos arquivos da Ditadura e a punição desses covardes e sanguinários torturadores e de seus mandantes. Nossos heróis não serão esquecidos jamais, pois, se estamos lutando, a luta deles hoje é só porque eles morreram para assegurar que isso acontecesse.

Viva Manoel Lisboa de Moura! Viva Amaro Luiz de Carvalho! Viva Carlos Lamarca e todos os que tombaram na luta pela liberdade e pelo socialismo!

Raphael Almeida estudante do IFRJ, e Felipe Annunziata, do Colégio Pedro II

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