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domingo, 6 de outubro de 2024

FBI organizou ataques terroristas nos Estados Unidos

Para alguns pode até parecer um absurdo, uma coisa inimaginável. Para muitos, porém, a notícia veiculada recentemente de que o FBI (o Departamento Nacional de Investigação, a Polícia Federal estadunidense) organiza atentados terroristas dentro do próprio país é perfeitamente condizente com a tática adotada há anos pelos sucessivos governos norte-americanos.

O assunto veio à tona com o documentário de rádio This American Life, produzido pela Chicago Public Media e transmitido em mais de 500 estações dos Estados Unidos. O trabalho jornalístico conta a história de uma das mais desastrosas e chocantes tramas armadas pela Polícia Federal norte-americana.

Assim, quando é anunciado que um plano terrorista foi desmantelado em território norte-americano e a imprensa comemora, é simplesmente ocultado o fato de que o próprio FBI infiltra agentes em comunidades islâmicas (muitas delas pacíficas) para formar e encorajar novos terroristas – frequentemente adolescentes – planejar ataques e até mesmo fornecer os materiais para torná-los realidade.

“Repetidamente, o FBI fabrica ataques terroristas”, escreve o analista Glenn Greenwald. “Eles se infiltram em comunidades muçulmanas para achar recrutas, os convencem a realizar ataques, fornecem dinheiro, armas e o know-how para levar seu plano adiante – apenas para saltar heroicamente no último instante, prender os supostos agressores que o FBI havia criado, e salvar uma grata nação de uma trama orquestrada… pelo próprio FBI”.

Como é sabido, os países imperialistas precisam promover guerras para conquistar novos mercados, roubar riquezas naturais, aquecer a economia e deter povos que lutam por soberania. Daí a necessidade dos capitalistas e seus governos de estimularem e financiarem o terrorismo, criando condições através de falsos discursos de apelos à democracia e à liberdade para atacar e invadir qualquer nação que eles julguem terrorista. Lembremos que quem formou e financiou Saddam Hussein, Osama bin Laden e tantos outros foram os Estados Unidos.

Mas o pretexto da luta contra o terrorismo também é utilizado pelos governos para justificar ações dentro do próprio país. O perigo real de ataques terroristas é superfaturado pela mídia que, comprada pelos capitalistas e seus governos, impõe um clima de medo quase doentio à população para logo impor medidas que visem suprimir os poucos direitos e a liberdade do povo. No início do ano, o congresso estadunidense aprovou e o presidente Barack Obama sancionou a lei que define o conjunto dos Estados Unidos como um “campo de batalha” e permite que o exército dos EUA possa prender cidadãos americanos em seu próprio quintal, sem acusação ou julgamento e por tempo indeterminado. Isso em um momento em que crescem as manifestações e protestos nos Estados Unidos contra a crise econômica.

Roberto Luciano, Campina Grande

 

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