Foi com espírito de indignação que, estudantes liderados pelo PCR, União da Juventude Rebelião, Ames-Teresina e o Movimento Resistência rebatizaram na manhã de 22 de agosto, uma das principais avenidas da capital piauiense, que havia recebido o nome de Marechal Castelo Branco, primeiro militar a assumir um governo fascista instalado em nosso país após o golpe de 1964.
A palavra de ordem puxada pelos estudantes definiu quem foi Castelo Branco: “O marechal foi ditador, ele prendeu, sequestrou e torturou”. Com carro de som, faixas e cartazes com imagens de vários revolucionários assassinados pela ditadura militar, os crimes daquele período foram denunciados a toda a sociedade teresinense. Os estudantes interromperam o trânsito e renomearam, simbolicamente, a avenida com o nome de Antônio Pádua Costa.
Antônio Pádua Costa foi um jovem piauiense que saiu de sua cidade, Parnaíba, para estudar astronomia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Lá se tornou liderança estudantil à frente do Diretório Acadêmico do Instituto de Física. Preso durante o 30° Congresso União Nacional dos Estudantes (UNE), em Ibiúna-SP, foi obrigado a viver na clandestinidade ao sair da prisão. Já na Guerrilha do Araguaia, foi torturado e morto brutalmente; em 1974, seu corpo foi encontrado na mata junto aos corpos de mais dois guerrilheiros.
“Assim como Antônio Pádua foi morto, vários brasileiros foram sequestrados, torturados, mortos e, até hoje, os culpados estão impunes. Mais que resgatar a memória desses heróis, queremos justiça!”, declarou Amanda Augusta, integrante do Comitê pelo Direito à Memória, Verdade e Justiça do Estado do Piauí.
Redação do Piauí