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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Seis anos da Ocupação Fernando Santa Cruz

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Há seis anos, 120 famílias estavam nas ruas, à meia-noite, para ocupar um terreno abandonado e conquistar seu sonho de ter um teto para morar sem pagar aluguel e sem depender de favor de ninguém. Nestes seis anos, essas famílias desenvolveram lutas, passeatas, fizeram várias ocupações na Companhia de Habitação de Pernambuco (Cehab), seminários, confraternizações, sempre acreditando que a luta as levará à vitória de alcançar a casa própria.

Por essas famílias passaram três presidentes da Cehab, e a promessa de serem contempladas com moradia num conjunto habitacional a ser construído.

Nos últimos dias, elas se reuniram para comemorar os seis anos de luta da Ocupação Fernando Santa Cruz e ampliar seu nível de consciência política. Para isso, contaram com a palestra do vereador de Olinda Marcelo Santa Cruz (PT), com o tema Fernando Santa Cruz e a luta pelo direito à Verdade e à Justiça. Marcelo relatou as circunstâncias do desaparecimento de seu irmão Fernando, as barbaridades do regime militar fascista que assassinou vários lutadores brasileiros que ousaram se opor e combater a ditadura, a saga de sua família para conhecer a verdade sobre o seu irmão e a perseguição dos militares golpistas à sua família, que o obrigou a fugir do país na clandestinidade e viver uns tempos na Europa. O vereador afirmou que nomear a ocupação com o nome de Fernando Santa Cruz é uma importante forma de homenagear e manter viva a memória de seu irmão.

 Também participaram do evento Serginaldo Quirino, coordenador nacional do MLB, que falou sobre O MLB e as perspectivas de luta,e Elizabeth Araújo, do Movimento de Mulheres Olga Benario, com o tema As mulheres e a luta por moradia. A apresentação do grupo de dança Majê Molê abrilhantou a atividade com uma bela apresentação de dança afro. Catorze quilos de bolo e refrigerantes ajudaram a fazer a festa desses lutadores.

O laço maior que une essas famílias – que continuam a se reunir quinzenalmente, organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – é a luta. É evidente que alguns ficaram pelo caminho e foram substituídos por novos lutadores, que continuam fincando a bandeira da luta por moradia digna e pela construção de uma sociedade na qual o povo tenha seus direitos garantidos.

Guita Marli, coordenadora estadual do MLB e do Movimento Olga Benário

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