Em campanha salarial desde setembro de 2012, os eletricitários da Paraíba decidiram cruzar os braços na última segunda-feira, dia 18. A greve é organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (Stiupb) e atingiu oito cidades-polos da Energisa, empresa que presta serviço de distribuição de energia em todo o Estado. A exceção é a capital João Pessoa, cujo sindicato local já assinou um Acordo Coletivo tal qual propuseram os patrões, sem fazer sequer uma assembleia para aprová-lo.
A paralisação mobilizou 100% dos trabalhadores em algumas cidades e, em Campina Grande, principal base do Stiupb, apesar do grande embate com a empresa, o piquete contou com a adesão da maioria dos funcionários. Na cidade, a Energisa tentou, a todo o momento, obrigar os funcionários a trabalhar, ameaçando-os de demissão, mas o sindicato realizou uma grande agitação com carro de som na porta da empresa, restando a ela ingressar na Justiça do Trabalho com um pedido de ilegalidade do movimento. A Justiça, por sua vez, negou o pedido, mas ordenou, através de liminar, que fosse liberado 40% do efetivo de trabalhadores, alegando se tratar de um setor de serviços essenciais. Caso o sindicato descumpra a determinação, teria que pagar multa diário de R$ 20 mil.
Segundo Wilton Maia, presidente do Stiupb, “nós já conquistamos nossa maior vitória nesta greve, que foi unir definitivamente a categoria com o sindicato. Estamos enterrando o passado de conchavos com as empresas para vender a campanha salarial, que era a prática das antigas diretorias. Neste ano, não esperamos grandes vitórias econômicas, mas estamos determinados a impor à empresa que respeite a dignidade dos trabalhadores, acabando com o assédio moral, as demissões em massa e a terceirização, além de fazer valer o princípio da isonomia, pois existem muitas distorções entre trabalhadores de um mesmo setor ou cidade, alguns recebendo certos benefícios que são negados a outros”.
A greve conta com o apoio do Movimento Luta de Classes (MLC), do Partido Comunista Revolucionário (PCR), do Movimento de Luta nos Bairros (MLB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outros sindicados da Paraíba, como os sindicatos da limpeza urbana, dos jornalistas, dos metalúrgicos e dos servidores municipais.
Rafael Freire