Dois dias após dezenas de prisões havidas durante as manifestações de 1º de Maio no Estado de Oaxaca, México, as polícias estadual e municipal voltaram a atacar os manifestantes que se encontravam acampados nas instalações da Procuradoria Geral de Justiça do Estado, na Cidade Administrativa, exigindo a libertação dos presos políticos. Foram presos arbitrariamente Citlali Orea Santiago e os dirigentes, Florentino López Martínez, Presidente Nacional da Frente Popular Revolucionaria (FPR), e o professor Germán Mendoza Nube, dirigente histórico e fundador da organização, que apesar de sua condição física e de encontrar-se em cadeira de rodas, foi brutalmente espancado pelos covardes elementos da AEI, pretendendo com isso quebrar sua indomável força e têmpera comunista.
Com a agressão aos manifestantes e a detenção de três dos principais dirigentes da FPR, o governo de Gabino Cué Monteagudo confirma sua posição de classe e seu reacionarismo a serviço do governo do PRI, revelando à opinião pública não ser um governo “democrático e de mudança” conforme se declarava e rompendo de fato com o movimento sindical e popular oaxaquenho.
Ainda está bem viva para o povo de Oaxaca e de todo o México a violenta repressão sofrida pelos trabalhadores daquela região, em 2006/2007, que acabou em mortes, assassinatos e centenas de detenções, mas, também, com um levante popular que interrompeu a escalada de violencia,marcando mais uma página na história de resistencia e luta pelos seus direitos do povo mexicano. As intenções, agora, não se mostram muito diferentes daqueles dias. O governo prepara uma nova ofensiva contra a classe operária, o magistério, os povos e as organizações sociais que manifestam repúdio às Reformas Estruturais do Regime, aos megaprojetos de extorsão e saque em mãos do imperialismo e da repressão e ao terrorismo de estado.
Esta nova ofensiva da reação e do fascismo em Oaxaca tem claros objetivos em curto prazo, d acordo com a FPR:
- A desarticulação do processo da Frente Única de Luta que vem se gestando entre o magistério do SNTE-CNTE, os sindicatos do FUSION, os povos que lutam contra os megaprojetos mineiros e eólicos, os coletivos libertários, as organizações sociais e as ONG´S.
- A criminalização do protesto social e sua satanização midiática a fim de justificar uma repressão maciça de terríveis proporções, gerando um novo banho de sangue como em 2006-2007; assim o confirmam a repressão ao movimento popular em Álvaro Obregón, Juchitan, Oaxaca, São José do Progresso, etc.
- A repressão seletiva, assim como a detenção, desaparecimento e extermínio físico dos líderes do povo, dos sindicatos democráticos e das organizações revolucionárias; esperando com isso desatar o terror e gerar dispersão entre as forças populares.
- A imposição a todo custo das Reformas Estruturais, dos megaprojetos e demais políticas antioperárias e antipopulares, a fim de aniquilar por completo os direitos sociais e as conquistas trabalhistas que os povos e os trabalhadores obtiveram com suas lutas.
Frente à imediata resposta promovida pela FPR, com ações de massa exigindo a libertação dos 20 presos do dia 1º de Maio, os camaradas Citlali Areja Santiago, Florentino López Martínez e Germán Mendoza Nube foram liberados.
No entanto, a repressão por parte da polícia estadual e da AEI continua em Tehuantepec, onde militantes estão sendo perseguidos pelo regime. A direção da FPR já informou que não retrocederá até ver todos os presos políticos de 1° de Maio libertados, tampouco abaixará as bandeiras nem tolerará mais agressões contra a FPR, nem contra o conjunto do movimento sindical e popular e, com o intuito de fortalecer a luta, trabalha junto com as outras organizações em luta pela constituição da Frente Única de Luta, em 11 de Maio, em Oaxaca.
De acordo com a FPR, é necessário redobrar os esforços para a construção da Frente Única de Luta em Oaxaca, sair às ruas contra os inimigos do povo, fortalecendo o processo de unidade em nível nacional até obter a conformação da Frente Única de Todo o Povo, que derrube o regime burguês e instaure um Governo Provisório Revolucionário de Operários e Camponeses Pobres, que convoque uma Assembléia Nacional Constituinte, para discutir, aprovar e promulgar uma Nova Constituição a serviço do povo e que construa uma República Democrática Popular Antiimperialista e Antifascista.
Redação – Rio de Janeiro